Alegre acusa jornalistas e Marcelo de darem “silêncio” à sua candidatura

Alegre teceu também duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa por desvalorizar a sua pretensão de chegar a Belém e de confundir as funções de comentador com as de porta-voz de Cavaco Silva.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Alegre teceu também duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa por desvalorizar a sua pretensão de chegar a Belém e de confundir as funções de comentador com as de porta-voz de Cavaco Silva.

“Há um muro de silêncio à volta das presidências e sobretudo desta candidatura. Uma clara tentativa de minimizar e desvalorizar a eleição presidencial. É evidente que isto interessa à direita e ao candidato Cavaco Silva, que não gosta de campanha, ou por outra, que faz a campanha como Presidente da República”, afirmou Manuel Alegre.

Num jantar para 128 apoiantes nas Caldas da Rainha, o candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda disse “todos os dias o candidato [Cavaco Silva] aparece como Presidente na televisão, sem que lhe façam perguntas incómodas”, o que, no entender de Alegre tem o objectivo de “dar a ideia que não vale a pena fazer campanha eleitoral porque Cavaco Silva já está eleito”.

Também Marcelo Rebelo de Sousa mereceu lugar de destaque no discurso de Manuel Alegre: “Quando Marcelo Rebelo de Sousa anunciou o dia e a hora da apresentação da candidatura de Cavaco Silva, e não foi desmentido, ficou de certa maneira investido na qualidade de porta-voz do candidato. Há uma confusão crescente entre a função de comentador e a função de porta-voz”.

“Essa confusão tende a aumentar, quanto mais parcial eu [Marcelo] for a favor do candidato Cavaco Silva, quanto mais omisso eu [Marcelo] for em relação às outras candidaturas e quanto mais esforço fizer para diminuir a minha candidatura. Mas ele pode estar descansado que eu não estou tão sozinho como ele pretende fazer ver”, acrescentou o histórico socialista.

O candidato socialista a Belém declarou ainda que Cavaco “não gosta de responder a perguntas incómodas” e que “há pergunta que não se pode deixar de fazer a quem é candidato a Presidente da República”: “O que fará se for eleito e se algum Governo pretender por em causa o serviço nacional de saúde, a escola pública, a segurança social pública e os direitos dos trabalhadores?”, questionou.

Alegre acabou por responder que consigo na Presidência “ninguém toca no serviço nacional de saúde, nem na escola pública”, criticando o silêncio de Cavaco sobre a revisão constitucional proposta pelo PSD. “Serei o Presidente que defende a democracia tal como ela está consagrada na Constituição da República”.