Fiéis enaltecem coragem de Bento XVI ao admitir uso do preservativo

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O Papa celebrou hoje missa no Vaticano Foto: Tony Gentile/Reuters

O Papa admitiu, numa entrevista que sairá em livro na terça-feira em Itália, a utilização do preservativo “em certos casos”, referindo-se concretamente à redução dos riscos de contaminação do vírus da sida.

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O Papa admitiu, numa entrevista que sairá em livro na terça-feira em Itália, a utilização do preservativo “em certos casos”, referindo-se concretamente à redução dos riscos de contaminação do vírus da sida.

Poucos minutos antes de participar em mais uma missa dominical na igreja de São José, nos Olivais, Maria José disse à Lusa que “o Papa foi muito forte e fez bem em ter tomado esta posição”.

Também Lucília Mateus, catequista na mesma paróquia, sublinhou o “passo em frente” dado por Bento XVI e pela igreja que, segundo disse, deu provas de não ser retrógrada, mas muito actualizada.

“Achei muito bem e ainda bem que fez eco, que é para as pessoas verem que a igreja não é retrógrada, que está muito actualizada, ainda que por vezes não pareça”, afirmou.

A opinião foi partilhada por José Fontes que considerou a posição do Papa como “um passo para a alteração do pensamento da igreja”.

Por outro lado, Maria Augusta e Albino Máximo realçaram que o preservativo deve ser utilizado só em certos casos. Os dois fiéis concordam com a utilização do contraceptivo, mas apenas para prevenir a transmissão de doenças, tal como foi frisado pelo Papa.

António Capucho: “Atitude corajosa e inadiável”

Na igreja de Santo António, no Estoril, à entrada para a missa das 12h00, o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, mostrou-se positivamente surpreendido e enalteceu a “atitude corajosa e inadiável” de Bento XVI.

“Acho que este Papa, embora seja tido como conservador, teve coragem de ultrapassar uma barreira e deu um contributo muito importante no combate a esse enorme flagelo que é a sida”, afirmou o autarca.

Da mesma forma, desta vez na igreja da Basílica da Estrela, Carolina Mendes, de 19 anos, manifestou-se também a favor do uso do preservativo, defendendo, contudo, que deveria ser permitido por completo.

“Acho que foi uma boa declaração do Papa. A pouco e pouco a igreja vai-se adaptando e é uma questão de tempo até que aceite por completo o uso do preservativo”, defendeu a jovem.

Pela primeira vez, um Papa admitiu a utilização do preservativo. Num livro que sairá na terça-feira e cujos excertos foram revelados ontem pelo Vaticano, Bento XVI diz que os preservativos não são uma “solução verdadeira e moral”, mas admite o seu uso em casos concretos.