Fontes dos hospitais de Santo António, no Porto, e da Universidade, em Coimbra, adiantaram que é grave a situação dos doentes que acolhem nas respectivas unidades de cuidados intensivos. O gabinete de imprensa do Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde ontem estavam internados os outros dois doentes em estado grave, escusou-se a dar informações sobre a sua evolução e a revelar se há ou não perspectiva de se virem a realizar os necessários transplantes. O quinto doente, internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa, encontra-se estável, revelou fonte hospitalar à agência Lusa.

Fontes dos hospitais de Santo António, no Porto, e da Universidade, em Coimbra, adiantaram que é grave a situação dos doentes que acolhem nas respectivas unidades de cuidados intensivos. O gabinete de imprensa do Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde ontem estavam internados os outros dois doentes em estado grave, escusou-se a dar informações sobre a sua evolução e a revelar se há ou não perspectiva de se virem a realizar os necessários transplantes. O quinto doente, internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa, encontra-se estável, revelou fonte hospitalar à agência Lusa.

Os cinco homens, cidadãos tailandeses que fazem parte de um grupo que trabalha na apanha da fruta, na zona do Montijo, terão imitado uma mulher, portuguesa, que viram a colher cogumelos silvestres.

Ontem, especialistas alertaram para os cuidados a ter dada a gravidade daquele tipo de intoxicação, potencialmente fatal. Susana Gonçalves, especialista em Micologia do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, alertou para o facto de um dos tipos de cogumelos mais perigosos, a Amanita phalloide, conhecida por "cicuta verde, ser facilmente confundido com outros, inofensivos, se estiver imaturo”.

O director da Unidade de Cuidados Intensivos do Serviço de Gastroenterologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, José Manuel Romãozinho, sublinhou a importância de procurar apoio médico precocemente. Isto porque na maior parte das vezes, avisa, as pessoas só chegam às unidades especializadas quando a destruição do fígado já está numa fase muito avançada. “Duas a quatro horas após da ingestão aparece uma diarreia profusa e aquosa, mas, cerca de 24 depois, esta cessa e as pessoas ficam, aparentemente, bem, durante mais 24 a 48 horas”, descreve o especialista em gastroenterologia. Por isso se torna tão importante recorrer aos serviços de saúde na sequência do primeiro sintoma e informar os médicos sobre a ingestão de cogumelos. Quando surgem outros sinais (como a coloração amarelada da pele e das mucosas) o fígado já está a ser destruído por outras toxinas e os medicamentos que diminuem os efeitos da intoxicação podem ser, já, ineficazes. Quando isto acontece, a única solução é o transplante, que nem sempre é possível, por falta de órgãos.

A quantidade de cogumelos ingerida está directamente relacionada com a gravidade da intoxicação, o que pode explicar que a situação clínica de um dos elementos do grupo seja menos preocupante.