Vencimentos na Fundação Cidade de Guimarães sofrem cortes de 30 por cento
De acordo com António Magalhães da Silva, o corte irá abranger todos os vencimentos daquele conselho de administração. Assim, o vencimento de Cristina Azevedo, presidente do Conselho de Administração, que ascendia aos 14.300 euros mensais, vê a remuneração reduzida para 10 mil euros. Por sua vez, os dois vogais executivos, até aqui a auferir 12.500 euros cada, passam a receber 8750 euros.
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De acordo com António Magalhães da Silva, o corte irá abranger todos os vencimentos daquele conselho de administração. Assim, o vencimento de Cristina Azevedo, presidente do Conselho de Administração, que ascendia aos 14.300 euros mensais, vê a remuneração reduzida para 10 mil euros. Por sua vez, os dois vogais executivos, até aqui a auferir 12.500 euros cada, passam a receber 8750 euros.
Estes cortes vão igualmente atingir o Conselho-geral da Fundação Cidade de Guimarães, que é presidido pelo ex-chefe de Estado Jorge Sampaio.
Questionado pelo PÚBLICO, o Conselho de Administração da Fundação recusou comentar a decisão.
Os rendimentos dos elementos do Conselho de Administração já tinha sido alvo de fortes críticas, nomeadamente do Bloco de Esquerda que questionou a decisão de atribuir ordenados cerca de duas vezes superiores ao salário do Presidente da República. A questão foi colocada à ministra da Cultura no debate do Orçamento do Estado para 2011. Gabriela Canavilhas disse na altura só ter tido conhecimento das quantias quando preparava o Orçamento para a Cultura, já que até então nunca a questão tinha sido abordada no Conselho Geral da fundação, onde o ministério tem como representante a arquitecta Paula Silva.
Os estatutos da Fundação Cidade de Guimarães (FCG) foram aprovados em Junho do ano passado, por unanimidade, pela vereação vimaranense. A decisão foi ratificada no final desse mês pela assembleia municipal, tendo sido publicado em Diário da República em Agosto. A fundação foi instituída com um capital fundacional de dois milhões de euros, transferidos pela câmara de Guimarães e reforçado, em 3,7 milhões de euros, pelo Ministério da Cultura, através da sua secretaria-geral.
Os estatutos têm merecido críticas de algumas instituições, pelo facto de dar poucas hipóteses de escrutínio da actividade da FCG às entidades que lhes estão na base, a autarquia de Guimarães e o Ministério da Cultura.
A propósito da divulgação dos vencimentos do conselho de administração da FCG, a tutela lamentou o facto de, apesar de contribuir para o financiamento da instituição, só ter voz no conselho geral, com um representante entre 17 conselheiros.
A mesma crítica foi feita pelos partidos da oposição em Guimarães em sessões recentes da assembleia municipal, nomeadamente depois de terem requerido informações sobre o andamento do projecto cultural do evento à administração da FCG, que remeteu os autarcas para os documentos existentes no sítio criado na Internet. Alguns membros do conselho geral da FCG têm também colocado objecções aos estatutos, contestando o facto de uma entidade criada para gerir um projecto como a CEC ter duração ilimitada. Os estatutos também permitem à administração alienar património sem consultar o seu órgão máximo.
Última actualização às 11h22