Parque das Nações sem problemas de trânsito apesar das restrições
A Alameda dos Oceanos está cortada e a entrada de veículos para o perímetro interdito só é possível pela Rua do Bojador.
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A Alameda dos Oceanos está cortada e a entrada de veículos para o perímetro interdito só é possível pela Rua do Bojador.
Desde a 01h00 da manhã de hoje e até ao próximo sábado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) vai estar a controlar a entrada por aquela rua, com recurso a equipamentos de raio-X, que visionam o interior dos carros.
A PSP está em força na área do Parque das Nações, com agentes espalhados por todas as ruas. Apesar do aparato, a circulação automóvel na Avenida D. João II fez-se esta manhã como é habitual, mas muitas pessoas optaram por circular a pé. É o caso de diversos pais, que levaram esta manhã as crianças para a escola básica integrada Vasco da Gama, que fica na Rua Ilha dos Amores, perto do perímetro condicionado.
Trabalhar em casaBruno Alves, que hoje acompanhou o filho à escola, diz que vai ser mais difícil ir trabalhar. A empresa onde trabalha, a Vodafone, está no perímetro condicionado e por isso a partir de quinta-feira vai ter a maioria dos colaboradores a trabalhar em casa.
Também Jorge Ralo, que trabalha no Ministério da Defesa, admite que as restrições só irão alterar a rotina diária da família na quinta-feira. "Vivo mesmo no limite da zona condicionada, a zona Sul. Costumo vir pela Avenida D. João II para deixar o meu filho na escola. Na quinta-feira tenho que dar uma volta maior e demorar mais tempo", afirma. Mas sexta-feira a confusão será menor, pelo menos para ele. "Vou ter tolerância de ponto e o meu filho também. Vamos sair de Lisboa, como é habitual, para um fim-de-semana prolongado", remata Jorge Ralo.
A PSP no local disse que algumas pessoas não credenciadas já tentaram entrar pela Rua do Bojador, por falta de informação, mas até agora está tudo a correr "normalmente".
Estão a chegar já alguns camiões com material de televisão, de cadeias de televisão internacionais.
Como num dia normalPor volta das 11h30, a circulação pela avenida D. João II fazia-se sem problemas. Na rotunda de acesso à torre Vasco da Gama, agentes da PSP gesticulavam aos automobilistas para circularem. O PÚBLICO parou, anónimo, junto à barreira, com os quatro piscas ligados. “Bom dia. Como é que posso ir para a loja da Vodafone?” O polícia, cara fechada, respondeu sucinto mas esclarecedor: “Tem de ir pela D. João II e virar a seguir à gare do Oriente”.
Em todos as transversais que vão dar à Alameda dos Oceanos o mesmo cenário: uma vedação e dois agentes para informar os automobilistas apanhados na teia do perímetro vedado ao trânsito. No entanto, pelas ruas de Moscavide e Ilha dos Amores é possível chegar de carro à escola secundária Vasco da Gama. Na outra ponta, pela rotunda após a torre da Galp, chega-se ao Colégio do Parque das Nações (creche e jardim infantil) e ao quadriculado de ruelas da urbanização junto à marina, onde as viaturas deixadas em segunda via fazem lembrar um dia como os outros. Quem quiser chegar ao Casino de Lisboa também o pode fazer sem restrições, até mesmo perto do edifício envidraçado onde se joga a sorte e o azar.
Junto à loja da Vodafone, o estacionamento “só nas zonas de parquímetros”, explica o segurança do parque que apenas servirá para funcionários. No entanto, por toda a zona do Parque das Nações, lugares de estacionamento em zonas tarifadas é o que não falta. Fiscais iam deixando avisos a quem julgou que a segurança da cimeira isentava a colocação de moedas nos parquímetros. A paragem alegadamente indevida num lugar para portadores de deficiência também se traduziu num veículo bloqueado.
O acesso ao centro comercial Vasco da Gama fazia-se ainda com normalidade e sem necessidade de revista apertada, como se promete para os dias da cimeira. Ao contrário do que costuma ser habitual, perto da hora de almoço, os lugares abundavam. O movimento parecia estar abaixo de outros dias.
Notícia actualizada às 11h48 e às 14h00