Sócrates: Opinião de Amado é também a do governo, mas oposição não quer assumir responsabilidades

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José Sócrates está em Macau a participar na reunião ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa Gabinete de Comunicação Social de Macau

“O ministro há muito tempo que tem essa opinião, tal como todo o governo”, disse José Sócrates aos jornalistas, em Macau.

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“O ministro há muito tempo que tem essa opinião, tal como todo o governo”, disse José Sócrates aos jornalistas, em Macau.

Em entrevista à edição de hoje do jornal “Expresso”, Luís Amado diz que Portugal precisa de um governo de coligação. O ministro dos Negócios Estrangeiros afirma mesmo estar disponível para deixar o cargo em nome da estabilidade.

“Eu compreendo as declarações. Compreendo que Portugal precisa de estabilidade política”, comentou José Sócrates, sublinhando que mantém a confiança em Amado.

Porém, o primeiro-ministro acusou a oposição de não estar disponível para partilhar responsabilidades governativas.

“Eu já tentei fazê-lo, logo no início do governo, propondo um diálogo e uma forma de entendimento, quer através de coligações, quer através de acordos parlamentares,” disse Sócrates.

“Todos os outros partidos, sabendo que a governação é difícil, que as medidas são duras e exigentes, não querem partilhar essa responsabilidade”, acusou. “Mas o Partido Socialista fá-lo-á, responsavelmente e com coragem, fazendo aquilo que deve fazer para defender o nosso país.”

Wen Jiabao confiante na capacidade de Portugal para superar a crise

O primeiro-ministro está em Macau para participar na terceira conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que termina amanhã.

Esta manhã (hora local), Sócrates manteve um encontro bilateral de meia hora com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

Nos curtos minutos abertos à comunicação social, o governante chinês reconheceu que Portugal passa por “algumas dificuldades” devido à crise financeira internacional, mas mostrou-se confiante que o país “tem capacidade para ultrapassar” a situação.

“Caso necessário, a China está disposta a prestar total apoio” a Portugal, sublinhou Wen Jiabao.

Já Sócrates disse que o governo de Lisboa leva “muito a sério” a parceria com a China. “Queremos desenvolvê-la e ampliá-la”, acrescentou.

Entretanto, durante a cerimónia de abertura da conferência ministerial do Fórum, o primeiro-ministro chinês anunciou o objectivo de que as trocas bilaterais entre a China e os países lusófonos batam a fasquia dos 100 mil milhões de dólares norte-americanos até 2013.

Nos primeiros nove meses deste ano, atingiram já os 68,2 mil milhões de dólares, de acordo com os Serviços de Alfândega da China.

Wen Jiabao anunciou também a criação de um fundo de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa no valor de mil milhões de dólares norte-americanos, totalmente financiado pelo lado chinês.

Além disso, o governante revelou ainda a criação de vários programas de apoio ao desenvolvimento destinados a Timor-Leste e aos países africanos de língua portuguesa.

Notícia substituída às 10h00