Portugal tem taxa de bebés prematuros acima da média europeia
Teresa Tomé, responsável do serviço de neonatologia da MAC), precisou que em 2009 em cada 100 nascimentos houve 8,8 prematuros. A taxa europeia de bebés que nasce antes das 37 semanas é de 7,7 por cento.
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Teresa Tomé, responsável do serviço de neonatologia da MAC), precisou que em 2009 em cada 100 nascimentos houve 8,8 prematuros. A taxa europeia de bebés que nasce antes das 37 semanas é de 7,7 por cento.
Portugal tinha assumido como meta para 2010 descer a taxa de prematuridade para 4,9 por cento, mas a ministra da Saúde, Ana Jorge, admite que esta foi uma meta demasiado ambiciosa e pouco realista. “Era uma meta quase impossível de atingir. Teríamos de estabelecer uma meta ambiciosa mas concretizável”, afirmou no final de uma cerimónia para assinalar o mês de sensibilização para a prematuridade.
Para a ministra da Saúde, seria já um bom indicador se Portugal conseguisse ter dentro de dois ou três anos uma taxa de prematuridade mais reduzida do que a média europeia.
Teresa Tomé explica que vários são os factores que levam a este aumento da taxa de prematuridade, que em Portugal passou de cinco por cento há 30 anos para os actuais 8,8 por cento. Entre as causas para o aumento dos bebés prematuros podem estar “stress”, gravidez antes dos 18 ou depois dos 35 anos e também falta de acompanhamento adequado da gestação.
Mas nem todas as causas são negativas, como explica Teresa Tomé. O aumento dos tratamentos de fertilidade, e consequentemente mais casos de gémeos, é outro dos factores.
Por outro lado, a taxa de mortalidade neonatal tem decrescido, o que significa que é possível salvar mais bebés que nascem cada vez mais prematuros.
O limiar da viabilidade de um bebé prematuro está hoje nas 24-25 semanas. Aliás, nos últimos cinco anos a taxa de sobrevivência de prematuros às 25 semanas de gestação foi já de 50 por cento. Mas a taxa de prematuros que mais tem aumentado em Portugal é a de “prematuros tardios”, com mais de 32 semanas de gestação, o que pode ter alguma relação com o aumento da taxa de cesarianas, admite Teresa Tomé.
A directora do serviço de neonatologia da MAC alertou ainda para a importância do encerramento das maternidades que realizem menos de 1500 partos anuais. “Nascer no local certo é nascer melhor. A proliferação de micro unidades de cuidados neonatais é certamente uma má política”, defendeu.