Zaha Hadid vai desenhar a segunda casa da Serpentine Gallery
Normalmente ouvimos falar da Serpentine Gallery, em Londres, todos os anos pelo Verão, a propósito das instalações que os arquitectos mais conhecidos do mundo são convidados a fazer nos relvados do Hyde Park - Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura foram os portugueses já convidados, em 2005.
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Normalmente ouvimos falar da Serpentine Gallery, em Londres, todos os anos pelo Verão, a propósito das instalações que os arquitectos mais conhecidos do mundo são convidados a fazer nos relvados do Hyde Park - Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura foram os portugueses já convidados, em 2005.
Agora, esta que é uma das instituições de referência da arte contemporânea na capital britânica é notícia por ter conseguido conquistar um importante espaço para a ampliação da sua actividade: ultrapassou a forte concorrência de Damien Hirst e da Halcyon Gallery, e venceu o concurso público aberto pela Royal Parks para a exploração de The Magazine, um edifício abandonado há mais de meio século nos Kensington Gardens.
Este antigo depósito de munições que funcionou entre meados do século XVIII e o final da Segunda Guerra Mundial, com uma área de 880 metros quadrados - idêntica à que a Serpentine Gallery detém hoje -, vai ser transformada pela arquitecta de origem iraniana Zaha Hadid num novo equipamento para a arte contemporânea, com abertura prometida ainda a tempo dos próximos Jogos Olímpicos de 2012.
"Estou encantada", exclamou Julia Peyton-Jones, directora da Serpentine, comentando para o jornal "The Guardian" o resultado do concurso. "A ideia de expandir a Serpentine estava na nossa mente desde há muito tempo, e tínhamos inclusivamente os olhos postos neste edifício. É uma oportunidade que só aparece uma vez na vida", acrescentou.
Aquilo que definitivamente fez a balança pender para a candidatura da Serpentine, em detrimento das de Hirst e da Halcyon, foi o apoio filantrópico da Fundação Mortimer e Theresa Sackler - uma família de americanos que fez fortuna no Reino Unido no negócio farmacêutico e que é um dos principais mecenas do país.
O plano de acção da Serpentine para o "The Magazine" já está traçado: Zaha Hadid (que já realizou o pavilhão de Verão no Hyde Park por duas vezes, em 2000 e 2007) foi convidada a renovar parte do edifício, e vai desenhar também um novo pavilhão de grandes dimensões para a realização anual de instalações luminosas. "Encontramo-nos num dos raros lugares de Londres que tem pouca poluição luminosa", disse Peyton-Jones, justificando esta aposta. A futura segunda casa da Serpentine terá espaços de exposições, uma loja, café e restaurante. O público continuará a ter entrada livre, e para a concretização do projecto não serão despendidos dinheiros públicos.