Futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte abrirá concurso público internacional
Com um investimento estimado de 13 milhões de euros, o MIAA vai acolher o espólio arqueológico da Fundação Ernesto Estrada, uma colecção de peças arqueológicas referentes ao período anterior à fundação da nacionalidade e relacionadas com a Lusitânia, tendo sido recolhidas pelo abrantino João Estrada (presidente da Fundação) ao longo de meio século.
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Com um investimento estimado de 13 milhões de euros, o MIAA vai acolher o espólio arqueológico da Fundação Ernesto Estrada, uma colecção de peças arqueológicas referentes ao período anterior à fundação da nacionalidade e relacionadas com a Lusitânia, tendo sido recolhidas pelo abrantino João Estrada (presidente da Fundação) ao longo de meio século.
O projecto, da autoria do arquitecto Carrilho da Graça, tem motivado celeuma na cidade, com a opinião pública dividida devido ao impacto visual que a obra vai causar no centro histórico e que prevê a construção de um edifício em forma de paralelepípedo com 30 metros de altura junto ao Convento de São Domingos.
O futuro museu teve origem num protocolo estabelecido entre a Câmara de Abrantes e a Fundação Ernesto Estrada e vai abarcar colecções de ourivesaria, numismática, arquitectura romana, medieval e moderna, arte sacra dos séculos XVI a XVIII, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local, tendo sido já considerada pelos especialistas como de “valor incalculável”.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia (PS), disse que a aposta neste investimento visa “criar uma marca do território em pleno centro histórico de Abrantes”, tendo acrescentado que pretende também constituir-se como “um estímulo decisivo” para a sua reanimação.
“Para além do valor incalculável das peças de arqueologia, de ourivesaria e outras, os investigadores de todo o espólio da Fundação atestaram a sua qualidade e autenticidade e revelaram que, em muitos casos, para além do valor incalculável das peças, estamos perante coleções únicas no mundo”, observou.
Segundo precisou, o MIAA vai “albergar, proteger e divulgar um património pertença de toda a Humanidade”, tendo acrescentado que o mesmo se configura como “uma aposta estratégica e qualificante que gerará mais valias ao nível dos fluxos turísticos, científicos e pedagógicos”.
“O MIAA não vai ser só um Museu de Abrantes e da região, vai ser um equipamento cultural e de preservação da memória do país”, sublinhou, tendo assegurado que o estudo das coleções de arqueologia de João Estada “vai obrigar a reescrever a história”.
Maria do Céu Albuquerque disse ainda que o MIAA é “um projecto de primeira linha”, tendo sublinhado que o executivo que lidera “está a criar todas as condições para a sua execução”, nomeadamente através de candidatura a fundos comunitários.
Além do espólio da Fundação, o futuro Museu irá também albergar as obras doadas ao município pela pintora Maria Lucília Moita e pelo escultor Charters de Almeida.