Benfica deixou de ter margem para falhar

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Gaitán foi expulso pouco antes do intervalo Reuters

Depois do desaire em Gelsenkirchen frente ao Schalke 04, o Benfica sofreu o seu segundo desaire e complicou em muito as contas do apuramento para os oitavos-de-final, somando apenas três pontos e ocupando o terceiro lugar do grupo.

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Depois do desaire em Gelsenkirchen frente ao Schalke 04, o Benfica sofreu o seu segundo desaire e complicou em muito as contas do apuramento para os oitavos-de-final, somando apenas três pontos e ocupando o terceiro lugar do grupo.

É verdade que na época passada o Benfica havia derrotado aquele que viria a ser o campeão francês, o Marselha, e talvez o Benfica da época passada tivesse conseguido qualquer coisa mais frente ao Lyon, mas talvez ainda faça sentido dizer que homens como Ramires ou Di María são difíceis de substituir e que a nova receita táctica de Jesus ainda é um “work in progress”. Ou então não tem os ingredientes certos.

Ora, Jesus prometera uma equipa fiel à sua identidade e cumpriu. Pressão alta e espírito ofensivo. Com um meio-campo de jogadores mais centrais e menos flanqueadores, mais o posicionamento de Saviola um pouco atrás de Kardec, os “encarnados” tentavam travar os homens de Claude Puel logo no seu meio-campo e avançar para a baliza aproveitando o desposicionamento defensivo do adversário quando tenta sair para o ataque. Mas esta é uma estratégia que depende do discernimento no passe e controlo de bola, algo que o Benfica mostrou desde cedo que não tinha.

Com dois “velhos” conhecidos do futebol português, Lisandro López e Aly Cissokho no “onze”, o Lyon fez por justificar o seu declarado (pelo treinador) favoritismo, aproveitando as falhas gritantes do Benfica no passe. Gourcuff era tudo aquilo que Aimar ou Carlos Martins não estavam a conseguir ser no Benfica, um homem que sabia bem onde colocar a bola. Podia ser para Michel Bastos, Briand ou Lisandro, que o perigo aparecia sempre junto da baliza de Roberto.

Foi assim que apareceu o primeiro golo do Lyon. Minuto 21, Michel Bastos remata ao poste, a bola chega aos pés de Carlos Martins, que a perde para Gourcuff. A bola volta a ir ter com Bastos, que cruza na perfeição para Briand fazer o 1-0. Favoritismo declarado por Puel, um treinador que até há pouco tempo era muito contestado em Lyon, favoritismo justificado por uma equipa que, tal como o Benfica, começou mal a época, mas que parece ter recuperado o seu caminho, mostrando argumentos para poder fazer carreira nesta Liga dos Campeões.

Mas ainda era tudo muito no início do jogo. Havia tempo para corrigir e recuperar. Talvez com um momento de inspiração de Saviola ou Aimar, talvez com uma bola parada de Carlos Martins. As hipóteses benfiquistas diminuíram tragicamente com a expulsão de Gaitán, aos 41’, depois de ter visto o segundo cartão amarelo. O jogo bem que podia ter ficado decidido logo ali. Se o Benfica já mal estava a conseguir dar resposta ao Lyon, ainda menos o fez a jogar com dez. E podia ter saído do Stade de Gerland com mais golos sofridos, não fosse a falta de pontaria dos avançados contrários e a inspiração do guarda-redes Roberto.

O ponto final no jogo aconteceu aos 50’. Com um remate colocado, Briand faz a bola embater no poste, vai em busca do ressalto, faz o cruzamento para a pequena área, onde Lisandro, no meio da confusão e mais rápido que a defesa benfiquista, faz o 2-0. Uma margem mais confortável para um triunfo que não se discute e que coloca o Lyon bem perto do apuramento para os oitavos-de-final de uma competição em que foi semifinalista na última temporada. As entradas de Peixoto, Jara e Salvio elevaram um pouco o jogo benfiquista, mas nada mudaram de essencial.

Com esta derrota, o Benfica, mesmo que Jesus tenha dito que este jogo não era essencial, deixou de ter margem para falhar.

Ficha de jogo

Lyon 2Benfica
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Jogo no Estádio Gerland, em Lyon. Assistência 36.816 espectadores.

Lyon

Lloris 6, Réveillère 6, Cris 7, Diakhaté 7, Cissokho 6, Gonalons 7, Pjanic 7, Gourcuff 8 (Kallstrom -, 71’), Briand 8, Michel Bastos 7 (Pied 6, 64’) e Lisandro 7 (Gomis -, 82’). Treinador Claude Puel

Benfica

Roberto 7, Maxi Pereira 5, Luisão 5, David Luiz 5, Fábio Coentrão 6, Javi Garcia 5, Carlos Martins 4 (Salvio -, 77’), Gaitán 3, Aimar 5 (Jara 5, 71’), Saviola 4 (César Peixoto 5, 57’) e Kardec 5. Treinador Jorge Jesus.

Árbitro Alberto Mallenco 6, de Espanha.Amarelos Gaitán (34’ e 43’), Carlos Martins (37’), Réveillère (41’), Javi Garcia (67’). Vermelho por acumulação Gaitán (43’).

Golos

1-0, por Briand, aos 21’ e 2-0, por Lisandro, aos 51’.

Notícia actualizada às 22h14