Santa Maria da Feira cria cinco quilómetros de passadiço para valorizar Rio Uíma e preservar espécies
“Queremos que as pessoas visitem o rio em melhores condições e queremos garantir que não perturbam o habitat próprio dessa zona ribeirinha, onde há muitas espécies animais e vegetais únicas, que vão passar a estar identificadas”, adiantou o vice-presidente da Câmara, Emídio Sousa.
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“Queremos que as pessoas visitem o rio em melhores condições e queremos garantir que não perturbam o habitat próprio dessa zona ribeirinha, onde há muitas espécies animais e vegetais únicas, que vão passar a estar identificadas”, adiantou o vice-presidente da Câmara, Emídio Sousa.
O projecto envolve uma extensão de cinco quilómetros através de Canedo, Vila Maior, Sanguedo, Lobão, Caldas de S. Jorge, Pigeiros, Escapães e também Fiães, a freguesia onde já estão concluídos mais de mil metros da nova marginal.
O investimento global da obra ultrapassa o milhão de euros, no que se incluem os custos com a aquisição de terrenos, mas o projecto foi alvo de uma candidatura ao QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional sendo financiado em 70 por cento.
“A primeira fase já está executada e a próxima é a que liga Lobão a Tabuaça, na freguesia de Sanguedo”, declara Emídio Sousa, responsável também pelos pelouros do Ambiente e das Obras Municipais. “As restantes parcelas vão-se construindo até final de 2011, quando contamos ter a obra toda pronta”, aponta.
O autarca reconhece que “ainda existe alguma poluição no Rio Uíma”, mas afirma que esse problema “está associado ao saneamento e vai acabar por resolver-se”, já que, dentro de ano e meio, a respectiva rede pública deverá cobrir 90 por cento do concelho.
Entretanto, do projecto de valorização das margens do Uíma resultaram já dois estudos. Ao nível da fauna, o biólogo Sérgio Bruno Ribeiro realça que, “apesar dos trabalhos de campo terem decorrido durante o Inverno, foi possível detectar uma biodiversidade importante, em que estão representadas algumas espécies endémicas ou ameaçadas, tais como a salamandra-lusitânica, a rã-ibérica, a lontra ou o açor”. Já no que se refere à flora, a pesquisa preliminar foi orientada por Manuel Miranda Fernandes e a sua conclusão foi de que as espécies vegetais dessa área têm sido prejudicadas pela “actividade humana”.
Contudo, este especialista entende que a reintrodução de “espécies da flora outrora existentes neste sector da bacia do Douro e [agora] localmente extintas” poderá contribuir “para aumentar a relevância ambiental do projecto de reabilitação”.