Doca de Pedrouços vai entrar em obras para acolher regata de vela internacional

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A marina vai ser instalada no interior da antiga doca de Pedrouços Foto: Miguel Manso

A Administração do Porto de Lisboa (APL) anunciou ontem um investimento de dez milhões de euros na requalificação da doca de Pedrouços, em Algés, projecto que conta com o apoio dos municípios de Lisboa e de Oeiras. A intervenção, que terá de estar pronta em 2012, vai permitir acolher a regata de vela da Volvo Ocean Race (VOR), em Maio desse ano.

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A Administração do Porto de Lisboa (APL) anunciou ontem um investimento de dez milhões de euros na requalificação da doca de Pedrouços, em Algés, projecto que conta com o apoio dos municípios de Lisboa e de Oeiras. A intervenção, que terá de estar pronta em 2012, vai permitir acolher a regata de vela da Volvo Ocean Race (VOR), em Maio desse ano.

O plano, ainda provisório, para a requalificação do espaço entre a Docapesca e a sede da Fundação Champalimaud (ainda em construção junto ao Forte do Bom Sucesso) contempla duas fases. Na primeira, a cargo da APL, vão realizar-se diversas obras, nomeadamente de remodelação das redes de abastecimento de água, esgotos e energia. A APL será ainda responsável pela instalação das infra-estruturas que vão acolher as embarcações e tripulações da VOR, com capacidade para 12 embarcações de competição.

Está prevista também a demolição de alguns edifícios que antes serviam de apoio à Docapesca, mas no geral, afirmam os promotores, haverá um esforço de recuperação dos edifícios existentes, sobretudo na área de Lisboa - é o caso de duas grandes naves de betão armado que serviam de apoio à pesca - para aí instalar serviços de restauração, comércio e outras actividades complementares à náutica de recreio.

Numa segunda fase, a construção de mais edifícios estará a cargo de um concessionário privado, para o que a APL deverá lançar um concurso público internacional dentro de um mês. O concessionário escolhido irá depois promover um concurso de ideias relativo à solução arquitectónica do espaço, à semelhança do que já aconteceu para o terminal de cruzeiros de Santa Apolónia.

"Este é um excelente negócio para Lisboa. Vamos ganhar uma área que era inacessível ao público e que passa a ser um pólo de atracção", sublinhou ontem o vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, na apresentação do projecto.

"Será uma área pouco construída, essencialmente um espaço aberto para acolher eventos temporários e com espaço público de grande qualidade. Não se prevê, ao contrário de projectos antigos, grandes edifícios de ocupações múltiplas e habitação", adiantou o autarca. O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, admitiu que a realização da VOR é "um pretexto" para as obras, mas reforçou que "o interesse na requalificação vai muito para além disso". O ministro acredita que esta intervenção terá "impactos económicos directos, indirectos e induzidos", através do investimento privado que o local deverá atrair.

A requalificação era uma intenção do Governo desde 2003, ano em que Portugal se candidatou para acolher a Amewrica"s Cup, mas acabou por perder para Valência. Desde então, o processo foi-se arrastando. Agora parece ter condições para avançar, sobretudo depois de o Governo ter declarado, anteontem, o interesse público nacional da zona.

Satisfeito com o projecto, que se estende pelo concelho de Oeiras, o autarca local, Isaltino Morais,aplaudiu o fim da "ideia majestática do Porto de Lisboa, que tudo podia fazer sem dar satisfações".