Contraluz
A campanha de "marketing" do novo filme de Fernando Fragata insistia que o cinema português chegara a Hollywood. Terá chegado, mas pouco: preso a uma estrutura narrativa em mosaico que não domina, sem personagens bem definidas, embora bem intencionadas, "Contraluz" é um avanço, por exemplo, em relação ao inane "O Pesadelo Cor-de-Rosa".
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A campanha de "marketing" do novo filme de Fernando Fragata insistia que o cinema português chegara a Hollywood. Terá chegado, mas pouco: preso a uma estrutura narrativa em mosaico que não domina, sem personagens bem definidas, embora bem intencionadas, "Contraluz" é um avanço, por exemplo, em relação ao inane "O Pesadelo Cor-de-Rosa".
al avanço não passa pela organização narrativa, confusa e dispersa, baseada em picos de interesse não desenvolvidos, mas, sobretudo por uma espécie de virtuosismo exibicionista com que se filma a paisagem, numa vertigem de planos "aéreos" e de habilidosa mobilidade de câmara, para mostrar domínio técnico "industrial". Algures entre a Ficção Científica e a análise comportamental de uma massa humana abstracta, o filme não ofende ninguém, mas também não parece chegar a lado nenhum.