Dificuldade em partilhar automóvel com desconhecido reduz adesão ao carpooling

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Sintra, Almada e Amadora são das zonas com mais potencial para a partilha do automóvel PÚBLICO (arquivo)

O estudo, cujo objectivo era analisar a viabilidade do carpooling (partilha de automóveis) na Área Metropolitana de Lisboa, foi apresentado durante a 12.ª conferência mundial de investigação em transportes, que decorre em Lisboa.

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O estudo, cujo objectivo era analisar a viabilidade do carpooling (partilha de automóveis) na Área Metropolitana de Lisboa, foi apresentado durante a 12.ª conferência mundial de investigação em transportes, que decorre em Lisboa.

Gonçalo Correia, um dos autores do estudo, disse que na origem da baixa adesão ao carpooling está, sobretudo, “a questão psicológica de uma pessoa partilhar o seu veículo com outras pessoas, que pode não conhecer tão bem ou mesmo não conhecer”.

De acordo com o estudo, que resultou de um inquérito feito na Internet, a situação económica é outra das variáveis que “afectam muito a probabilidade de fazer carpooling”, explicou Gonçalo Correia. Isto porque, disse, as pessoas com rendimentos mais altos “têm mais tendência para não achar o carpooling uma verdadeira alternativa, porque a questão do transporte não lhes pesa tanto do orçamento”.

Sintra, Almada e Amadora são exemplos de zonas em que “a probabilidade de encontrar alguém com quem partilhar o carro é maior, porque a origem, o destino e o horário são os mesmos”, disse. Nestas zonas, explicou, “a população tem um comportamento de viagem pendular muito certo, muito alinhado com a hora de ponta da manhã, com a hora de ponta da tarde” e o facto de existirem “horários muito coordenados aumenta a probabilidade de encontrar alguém com quem partilhar o carro”.