Cardeal belga inquirido sobre pedofilia
Godfried Danneels, de 77 anos, entrou de manhã na esquadra para ser inquirido numa audição que se espera que seja longa. Não era claro se Danneels poderia ser acusado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Godfried Danneels, de 77 anos, entrou de manhã na esquadra para ser inquirido numa audição que se espera que seja longa. Não era claro se Danneels poderia ser acusado.
Um padre na reforma tinha apontado Daneels como responsável por não ter denunciado crimes de pedofilia cometidos por membros da Igreja quando ocupou o cargo de lídermáximo da Igreja belga, entre 1979 e 2009.
Na Bélgica, os crimes de pedofilia prescrevem dez anos após a maioridade da vítima.
Nos últimos anos, a Igreja Católica tem sido afectada por escândalos de pedofilia em vários países, como a Irlanda, Alemanha ou Estados Unidos da América. Na Bélgica, o bispo de Bruges, Roger Vangheluwe, acabou por abandonar o cargo em Abril - foi o primeiro bispo europeu a fazê-lo - depois de ter admitido que abusara sexualmente de um rapaz há cerca de 20 anos.
A Igreja belga acabou por pedir perdão pelo silêncio em relação a casos de abusos no passado e prometeu adoptar uma política de intolerância quanto aos abusos de menores cometidos em instituições da Igreja Católica.
As buscas e investigações da polícia na Bélgica causaram protestos não só do Vaticano mas também da comissão independente que investigava os abusos. A polícia confiscou documentos, provocando a demissão em bloco da direcção da comissão, que considerou não ter mais condições para trabalhar depois de não conseguir proteger a identidades dos 475 pessoas que fizeram queixas.