Casos de abusos sexuais cometidos por padres verificaram-se em vários países
O arcebispo Robert Zollitsch, líder da Igreja Católica na Alemanha, pediu desculpa em Março pelos erros que cometera ao não divulgar às autoridades as suspeitas de abusos sexuais cometidos por um padre na diocese de Freiburg, há 20 anos. Os procuradores locais confirmaram, a 2 de Junho, que foram instauradas acusações contra o arcebispo. Uma investigação promovida por jesuítas referiu, a 27 de Maio, 205 casos de alegados abusos sexuais na sua escola, revelando décadas de abusos sistemáticos encobertos pela Igreja Católica. Desde Janeiro os órgãos de comunicação social revelaram 250 casos de abusos em escolas católicas e o Papa Bento XVI aceitou a demissão do bispo Walter Mixa de Augsburg a 8 de Maio, o primeiro a abandonar o cargo na Alemanha na sequência dos escândalos de pedofilia.
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O arcebispo Robert Zollitsch, líder da Igreja Católica na Alemanha, pediu desculpa em Março pelos erros que cometera ao não divulgar às autoridades as suspeitas de abusos sexuais cometidos por um padre na diocese de Freiburg, há 20 anos. Os procuradores locais confirmaram, a 2 de Junho, que foram instauradas acusações contra o arcebispo. Uma investigação promovida por jesuítas referiu, a 27 de Maio, 205 casos de alegados abusos sexuais na sua escola, revelando décadas de abusos sistemáticos encobertos pela Igreja Católica. Desde Janeiro os órgãos de comunicação social revelaram 250 casos de abusos em escolas católicas e o Papa Bento XVI aceitou a demissão do bispo Walter Mixa de Augsburg a 8 de Maio, o primeiro a abandonar o cargo na Alemanha na sequência dos escândalos de pedofilia.
Irlanda
Em Novembro uma comissão de inquérito sobre abusos em instituições católicas divulgou um extenso relatório que conclui que a Igreja encobriu casos cometidos até meados dos anos 90. Bento XVI pediu desculpa às vítimas irlandesas, em Março, e disse sentir “vergonha e remorsos”. Anunciou uma investigação formal às dioceses, seminários e outras instituições católicas irlandesas e aceitou a demissão do bispo John Magee, acusado de encobrir casos de pedofilia na diocese de Cloyne. Mais tarde aceitou a demissão de outros dois bispos e nomeou dois cardeais e três arcebispos de Inglaterra, EUA e Canadá para liderarem a investigação sobre os casos na Irlanda que deverá começar no Outono.
Estados Unidos
A Conferência dos bispos católicos norte-americana decidiu, em 2002, impedir os padres acusados de abusos de se manterem em funções, embora estes não tenham necessariamente de ser expulsos do sacerdócio. Uma investigação independente concluiu, em 2004, que 10.667 pessoas acusaram padres norte-americanos de abusos e 17 por cento disseram que os seus irmãos também tinham sido vítimas. Já em 2007 a arquidiocese de Los Angeles concordou em pagar 660 milhões de dólares a 500 vítimas. O Vaticano negou qualquer encobrimento de abusos contra 200 rapazes surdos pelo padre Lawrence Murphy entre 1950 e 1960 e o “New York Times” denunciou que o sacerdote não foi destituído apesar de alertas enviados ao Vaticano e ao cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI.
Suíça
A conferência dos bispos suíços anunciou a 2 de Junho que recebeu queixas de 105 vítimas contra 72 alegados autores de abusos sexuais, muito mais do que as 15 queixas verificadas em 2009.
Austrália
Em Julho de 2008, numa visita à Austrália, Bento XVI pediu desculpa pelos abusos cometidos em instituições católicas. Naquela altura tinha havido 107 acusações.
Reino Unido
O cardeal de Londres Cormac Murphy-O’Connor pediu desculpa por ter cometido um erro quando, nos anos 80, permitiu que um padre acusado de pedofilia continuasse a exercer o sacerdócio. O padre foi detido em 1997 por ter abusado sexualmente de nove rapazes.
Bélgica
O bispo de Bruges demitiu-se do cargo em Abril depois de admitir que tinha abusado sexualmente de um rapaz, há mais de 20 anos.
México
Em Março de 2009 o Papa Bento XVI ordenou um inquérito na congregação Legionários de Cristo, cujo fundador foi acusado por abusos sexuais. Em 2006, o Papa disse ao padre em questão, Marcial Maciel, para se retirar para uma vida “de oração e penitência”. O padre morreu em 2008 e a sua congregação pediu perdão às vítimas em 2010.