Crianças e jovens podem vacinar-se gratuitamente nos hospitais contra pneumocócica
As DIP englobam várias patologias, como a meningite, a pneumonia, a sépsis e a otite média aguda, causadas pela bactéria “streptococcus pneumoniae”.
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As DIP englobam várias patologias, como a meningite, a pneumonia, a sépsis e a otite média aguda, causadas pela bactéria “streptococcus pneumoniae”.
Numa circular enviada a todos os estabelecimentos de saúde, a DGS determina que as crianças e os adolescentes nascidos a partir de 1 de Janeiro de 1993 e pertencentes a estes grupos sejam vacinados “gratuitamente” contra infecções por “streptococcus pneumoniae”.
O objectivo é “diminuir a incidência, a morbilidade e a mortalidade da doença invasiva pneumocócica nos grupos mais afectados” e “minimizar os custos sociais da doença de base e prevenir as complicações e sequelas da DIP”.
“É importante que as crianças de risco façam esta vacina”, uma vez que já têm doenças pesadas do ponto de vista social, disse à agência Lusa Ana Leça, da Direcção de Serviços de Prevenção e Controlo da Doença da DGS.
Ana Leça adiantou que foram adoptadas dois tipos de vacina: pneumocócica polissacárida conjugada de 13 valências (PN13), que tem “a maior concordância com os serotipos circulantes em Portugal”, e a de 23 valências (Pn23).
A concordância entre os serotipos actualmente causadores de DIP em Portugal e os serotipos vacinais é de 80,4 por cento e de 50,4 por cento para as vacinas de 13 (Pn13) e 10 valências (Pn10), respectivamente.
Cabe agora a cada hospital do Serviço Nacional de Saúde, com Serviço de Pediatria, providenciar o número de doses necessárias à vacinação gratuita destas crianças.
Os grupos de risco abrangidos por esta medida são as crianças infectadas por VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana), as que sofram de drepanocitose e outras hemoglobinopatias, síndrome de Down, asplenia anatómica, portador ou candidato a implante coclear (para deficiências auditivas) e recém-nascidos prematuros.
Jovens com doença pulmonar crónica, não incluindo asma, excepto se sob terapêutica mantida com altas doses de corticosteróides, com doença cardíaca crónica, doença hepática crónica, diabetes mellitus, insuficiência renal crónica e síndrome nefrótico também estão abrangidos.
Ainda estão incluídas as crianças com fístula espontânea de líquor (malformação congénita, fractura de crânio ou que tenham sido submetidos a um procedimento neurocirúrgico), com imunodeficiência congénita, dadores de medula óssea e transplantados ou que sofram de doenças hemato-oncológicas e estejam a fazer tratamentos que quimioterapia ou radioterapia.
Para as vacinas pneumocócicas serem administradas a nível hospitalar, as crianças têm de apresentar uma declaração médica a confirmar a inclusão da criança/adolescente num grupo de risco e a definir o respectivo esquema vacinal.
As vacinas pneumocócicas polissacáridas conjugadas estão disponíveis em Portugal desde 2001, podendo ser adquiridas nas farmácias, mediante prescrição médica, sem comparticipação estatal.
A vacina não integra o Plano Nacional de Vacinação, mas o grupo de estudo da Sociedade Portuguesa de Pediatria recomenda-a “a todas as crianças desde que nascem, porque é para ser feita logo aos dois meses”.
Ana Leça adiantou à Lusa que “o alargamento da vacinação anti-pneumocócica a todas as crianças está neste momento a ser equacionado”.