Manuscritos inéditos de Stieg Larsson encontrados na Suécia
De acordo com a AFP, os manuscritos datarão de cerca de 1970, quando o autor tinha 17 anos. "Recebemos material de um pequeno arquivo de uma publicação chamada Jules Verne Magazine e nesse pequeno arquivo havia alguns manuscritos do Stieg Larsson que nunca foram publicados", disse à AFP uma das responsáveis da biblioteca, Magdalena Gram.
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De acordo com a AFP, os manuscritos datarão de cerca de 1970, quando o autor tinha 17 anos. "Recebemos material de um pequeno arquivo de uma publicação chamada Jules Verne Magazine e nesse pequeno arquivo havia alguns manuscritos do Stieg Larsson que nunca foram publicados", disse à AFP uma das responsáveis da biblioteca, Magdalena Gram.
Os inéditos são de ficção científica e tinham sido enviados à revista na esperança de serem publicados por um Stieg Larsson adolescente. Terão sido enviados na mesma altura em que Larsson andou à boleia pela Argélia e se juntou, 14 meses depois, aos rebeldes da Eritreia na sua luta.
A Biblioteca Sueca já tinha conhecimento da existência dos textos há algum tempo, mas só agora pôde analisá-los, precisam os responsáveis à AFP.
Agora cabe aos gestores do legado de Larsson decidir se os textos serão publicados ou não. O irmão e o pai do escritor, Joakim e Erland, têm estado envolvidos numa disputa pelos direitos sobre a propriedade intelectual e material de Larsson com a sua companheira de anos, Eva Gabrielsson. Magdalena Gram fez notar que os responsáveis terão certamente algumas cautelas sobre a publicação destes trabalhos do autor enquanto jovem, já que podem danificar a sua reputação.
Eva Gabrielsson tem na sua posse o computador portátil em que Larsson tinha começado - e avançado até cerca de três quartos da obra - o quarto volume de Millenium (que deveria ter sido uma série de dez livros). A polémica que a opõe aos familiares de Larsson foi tal na imprensa sueca que Gabrielsson está cada vez mais arredada de entrevistas e declarações públicas e lançará o seu próprio livro sobre o caso este Outono.
Stieg Larsson morreu sem deixar em testamento os seus desejos quanto ao seu espólio e obra. Aos 50 anos, morreu de ataque cardíaco fulminante, um ano antes de o primeiro livro Millenium ter sido editado e de ter alcançado os tops de vendas, com o mundo fascinado pelas aventuras de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist. Coube aos familiares directos, neste caso ao irmão e pai, os direitos pelos seus livros, dinheiro e metade do apartamento que ele dividia com Gabrielsson. Só o computador e os três quartos de um quarto livro estão na posse de Gabrielsson, que não parece ter qualquer intenção de o publicar - disse ao New York Times que só está interessada na sua metade do apartamento que dividia com o companheiro de mais de 30 anos e no controlo do seu legado literário.
A trilogia Millennium é um fenómeno de vendas mundial, com uma circulação de cerca de 27 milhões, tendo o terceiro volume chegado aos Estados Unidos no mês passado através da Knopf. Está traduzida em mais de 30 idiomas e já tem versões cinematográficas em curso - a primeira sueca e a segunda feita em Hollywood pelo produtor Scott Rudin e pelo realizador David Fincher, com estreia marcada para Dezembro de 2011.
"Os Homens que Odeiam as Mulheres", "A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e Um Fósforo" e "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" estão editados em Portugal pela Oceanos (uma chancela do Grupo Leya) e já tiveram várias edições.