Hospital Particular abre inquérito a engano médico
O caso aconteceu a 12 deste mês. Fernando Castro, de 39 anos, deu entrada no hospital depois de lhe ter sido diagnosticada uma fibrocartilagem no triângulo do pulso esquerdo. No dia da operação uma enfermeira rapou-lhe o braço doente. Depois, já sob o efeito da anestesia, foi levado para a sala de operações. Quando acordou, cerca de três horas mais tarde, sentiu que tinha sido ligado no braço são, o direito. Intrigado, chamou uma enfermeira para que esta lhe dissesse qual o braço que tinha sido operado.
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O caso aconteceu a 12 deste mês. Fernando Castro, de 39 anos, deu entrada no hospital depois de lhe ter sido diagnosticada uma fibrocartilagem no triângulo do pulso esquerdo. No dia da operação uma enfermeira rapou-lhe o braço doente. Depois, já sob o efeito da anestesia, foi levado para a sala de operações. Quando acordou, cerca de três horas mais tarde, sentiu que tinha sido ligado no braço são, o direito. Intrigado, chamou uma enfermeira para que esta lhe dissesse qual o braço que tinha sido operado.
Dúvidas desfeitas quanto ao engano, foram à sua presença o operador e o chefe da equipa médica. O primeiro reconheceu o erro de imediato e até propôs que, no próprio dia, se fizesse a operação ao braço lesionado. Disse ainda que aproveitara a operação para tratar de uma lesão antiga, lesão essa que o doente desconhecia em absoluto. O segundo, contou Fernando Castro, ainda terá insinuado que o paciente, anestesiado, poderia ter dado conta do engano.
O doente, que contraiu a lesão a combater um incêndio no local onde trabalha (é vigilante num banco da Baixa lisboeta), recusou ser submetido a uma segunda intervenção.
"Duas anestesias gerais no espaço de horas parece-me exagerado. Além disso, sendo novamente operado, ficaria com os dois braços incapacitados e dependente de alguém para me auxiliar em tudo", explicou ao PÚBLICO Fernando Castro.
O caso já foi entregue a um advogado. Ontem a participação ainda não havia chegado à Ordem dos Médicos, onde abertura de um inquérito, segundo disse o seu assessor de imprensa, não depende desse procedimento, bastando, por exemplo, que o caso seja relatado na imprensa.
Na terça-feira, o PÚBLICO tentou falar com o médico que realizou a operação, o qual mandou dizer que não pretendia prestar declarações.