"Orly", de Angela Schanelec: tempo suspenso
Oriunda da chamada "escola de Berlim", a alemã Angela Schanelec - a quem no ano passado a Culturgest dedicou uma retrospectiva integral - pratica uma espécie de dramaturgia em surdina, muito precisa, com um fundo psicológico silencioso e fugidio a orientar os retratos das personagens e dos seus relacionamentos.
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Oriunda da chamada "escola de Berlim", a alemã Angela Schanelec - a quem no ano passado a Culturgest dedicou uma retrospectiva integral - pratica uma espécie de dramaturgia em surdina, muito precisa, com um fundo psicológico silencioso e fugidio a orientar os retratos das personagens e dos seus relacionamentos.
Em "Orly" procura, chamemos-lhe assim, uma dificuldade adicional ao seu método: a atmosfera vibrante do aeroporto parisiense, para o meio do qual ela lançou as personagens. Introduzir a ficção no documentário, recortar ao documentário a ficção - podíamos discutir isto, tal a maneira como o filme joga com as duas faces da moeda.
Mas fundamentalmente trata-se de desafiar a interioridade dos relatos cruzados de Schanelec a partir do ambiente agitado do aeroporto - típico "não-lugar", filmado como interim, sítio entre sítios - e fazer dele o grande coro que acompanha as personagens no seu tempo suspenso. L.M.O.
Orly
de Angela Schanelec
Classic Alvalade 3, 24, 24h; Classic Alvalade 3, 27, 21h45
Observatório