David Byrne & Fatboy Slim
É um disco estranho. Em primeiro lugar, pelos protagonistas. David Byrne e Fatboy Slim podem gostar de desconstruções e bricolagens sonoras, mas dir-se-ia que os pontos de contacto se esgotam aí. Em segundo, por ser uma obra conceptual, narrativa sónica sobre a vida, amores e obsessões de Imelda Marcos, primeira-dama das Filipinas durante o regime de Ferdinando Marcos. Ao que parece, Imelda tem o desejo de ver gravado na sua lápide a frase "Here lies love", daí o nome do álbum. Por último, é uma obra faraónica, dividida em quatro actos e dois CDs, na qual participam cerca de 22 vocalistas convidados (Roisin Murphy, Santigold, Sharon Jones, Camille, Cindy Lauper, Alice Russell ou Tori Amos). E o que resulta? Um disco mediano, que se divide entre canções pop electrónicas e outras onde o espírito latino e o balanço tropical se fazem sentir. Há, claro, grandes intérpretes, mas dir-se-ia que a produção, na tentativa de unir as pontas soltas, acabou por anular a singularidade de cada uma. Não existe nenhuma canção que sobressaia. Nenhuma é medíocre, é verdade. Mas também nenhuma tem o efeito de surpreender, a sonoridade revela-se apenas cómoda. Esperava-se que extravagante Imelda pudesse inspirar um pouco mais de fantasia.
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É um disco estranho. Em primeiro lugar, pelos protagonistas. David Byrne e Fatboy Slim podem gostar de desconstruções e bricolagens sonoras, mas dir-se-ia que os pontos de contacto se esgotam aí. Em segundo, por ser uma obra conceptual, narrativa sónica sobre a vida, amores e obsessões de Imelda Marcos, primeira-dama das Filipinas durante o regime de Ferdinando Marcos. Ao que parece, Imelda tem o desejo de ver gravado na sua lápide a frase "Here lies love", daí o nome do álbum. Por último, é uma obra faraónica, dividida em quatro actos e dois CDs, na qual participam cerca de 22 vocalistas convidados (Roisin Murphy, Santigold, Sharon Jones, Camille, Cindy Lauper, Alice Russell ou Tori Amos). E o que resulta? Um disco mediano, que se divide entre canções pop electrónicas e outras onde o espírito latino e o balanço tropical se fazem sentir. Há, claro, grandes intérpretes, mas dir-se-ia que a produção, na tentativa de unir as pontas soltas, acabou por anular a singularidade de cada uma. Não existe nenhuma canção que sobressaia. Nenhuma é medíocre, é verdade. Mas também nenhuma tem o efeito de surpreender, a sonoridade revela-se apenas cómoda. Esperava-se que extravagante Imelda pudesse inspirar um pouco mais de fantasia.