Browser Opera cresce graças à página de escolha da Microsoft
Segundo dados da empresa, o número de downloads do browser duplicou na Europa desde que os utilizadores europeus do Windows passaram a ser automaticamente confrontados com uma página Web que lista 12 browsers e os respectivos links para download.
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Segundo dados da empresa, o número de downloads do browser duplicou na Europa desde que os utilizadores europeus do Windows passaram a ser automaticamente confrontados com uma página Web que lista 12 browsers e os respectivos links para download.
Na página, os cinco primeiros browsers que surgem (por ordem aleatória) são o líder de mercado Internet Explorer, o Firefox, o Chrome (da Google), o Safari (da Apple) e o Opera.
A página de escolha está a ser apresentada desde 1 de Março, por imposição da Comissão Europeia, num processo em que a Microsoft era acusada de abuso de posição dominante, por vender o sistema operativo Windows com o Internet Explorer pré-instalado.
Portugal é o sexto país em que o download do Opera mais subiu. No topo da lista (que integra 17 países europeus) estão a Polónia, Espanha e Itália.
Num período analisado pela empresa (12 a 14 de Março) os downloads aumentaram 157 por cento. E os downloads feitos a partir da página de escolha da Microsoft representaram 59 por cento do total.
O número de downloads também tem vindo a crescer na sequência da grande cobertura mediática à página de escolha da Microsoft, reconhece ao PÚBLICO um porta-voz da empresa, Pål Unanue-Zahl. E o facto de um utilizador descarregar o Opera, não significa que o passe a usar frequentemente.
Veterano, mas com pouca expressãoO Opera não é um novato nas batalhas dos browsers. A primeira versão beta foi criada em 1994 e em Dezembro de 1996 estava disponível uma versão para o público. Mas o Opera nunca conseguiu ganhar uma fatia significativa de mercado. Segundo a empresa de estatísticas Net Applications, tem uma quota a rondar os 2,4 por cento. O Internet Explorer lidera, com 62 por cento, seguindo-se o Firefox, com 24. Os números estão na linha dos de outras empresas de análise.
Uma das justificações para que o Opera tenha uma presença tão pequena é o facto de durante muito tempo se ter concentrado em browsers para telemóveis, descurando a versão para computadores, argumenta, em entrevista ao PÚBLICO, Charles McCathieNevile, responsável na empresa pelos chamados web standards. “Esquecemo-nos de nos concentrar no browser [para computador]. Foi só nos últimos três ou quatro anos que passámos a concentrar-nos nos computadores”.
Os web standards são um conjunto de regras e boas práticas para que diferentes browsers apresentem as páginas Web de uma forma consistente entre eles, facilitando o trabalho de quem cria sites e aplicações e ajudando a impulsionar novos usos para a Web – nos anos recentes, assistiu-se a uma proliferação de aplicações que mimetizam online o que antes só era possível fazer com aplicações instaladas no próprio computador.
O responsável nota que um dos problemas levantados pelo domínio de mercado do Internet Explorer foi precisamente o facto de a Microsoft se ter permitido, em versões anteriores do browser, não cumprir os standards. Isto fez com que os programadores de sites e aplicações tivessem de fazer adaptações específicas para o browser da Microsoft, dado que não podiam ignorar a maioria de cibernautas que usava o Explorer.
Contudo, com a mais recente versão – o Internet Explorer 8 – “a Microsoft está a caminhar na direcção certa”, ressalva McCathieNevile.