Peru reitera apoio à Argentina na disputa sobre as Malvinas
Kirchner considerou esta deslocação ao Peru como “uma visita de desagravo institucional e reparação” e reconheceu que a venda de armas da argentina ao Equador, quando em 1995 este país defrontava um conflito fronteiriço como Peru, “lesou profundamente os peruanos”.
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Kirchner considerou esta deslocação ao Peru como “uma visita de desagravo institucional e reparação” e reconheceu que a venda de armas da argentina ao Equador, quando em 1995 este país defrontava um conflito fronteiriço como Peru, “lesou profundamente os peruanos”.
Nessa altura a Argentina era presidida por Carlos Menem, e ontem Kirchner sublinhou também que, em 1982, quando Buenos Aires e Londres estavam em guerra pela soberania das Malvinas, a que os britânicos chamam Falklands, o Peru teve “um gesto único na América do Sul, ao pôr à disposição dos argentinos aviões, pilotos e mísseis”, adiantou a AFP.
García, por sua vez, saudou o fim “de um longo período de arrefecimento e de distância” entre Lima e Buenos Aires. E adiantou que, se o Peru apoiou a Argentina “num momento crucial”, continua agora a “apoiar a sua legítima reivindicação de soberania” sobre as Malvinas, que ficam a cerca de 500 quilómetros da costa argentina e foram ocupadas pelo Reino Unido em 1833.
Esta foi a primeira visita feita por um chefe de Estado da Argentina ao Peru em 16 anos. Kirchner foi acompanhada de uma delegação de cinco ministros e cerca de uma centena de empresários e assinou 13 acordos de cooperação.
Antes da visita o embaixador argentino em Lima, Darío Alessandro, referiu-se à questão da venda de armas da Argentina ao Equador e defendeu, citado pelo "El País", ser necessário "um encontro ao mais alto nível para que se volte esta página, sem escamotear ou ignorar o que se passou, mas com uma agenda voltada para o presente e o futuro”.
Para além de considerar a posição argentina sobre as Malvinas uma “justíssima reivindicação”, Alan Garcia apoiou também a intenção de Kirchner de fortalecer a União das Nações Sul-americanas (Unasul), criada em 2008 em Brasília e composta por 12 países com o objectivo de intensificar a coordenação política, económica e social na região e criar uma zona de livre comércio que abranja os países que integram o Mercosul e a Comunidade Andina.
Hoje Kirchner será ainda recebida no Parlamento peruano e na autarquia de Lima antes de regressar à Argentina.