Mário Lino estudado para chairman da Cimpor

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Miguel Manso

O nome do ex-ministro de José Sócrates surgiu pela mão do Governo, através da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem cerca de 10 por cento da Cimpor. No processo de eleição dos novos órgãos sociais cabe ao banco público a indicação de um administrador não executivo e do chairman.

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O nome do ex-ministro de José Sócrates surgiu pela mão do Governo, através da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem cerca de 10 por cento da Cimpor. No processo de eleição dos novos órgãos sociais cabe ao banco público a indicação de um administrador não executivo e do chairman.

Os accionistas luso-brasileiros da Cimpor estão ainda a analisar uma outra solução, que envolve um gestor da área industrial. Há quem admita que possa surgir uma terceira alternativa que pode ter associada uma figura da área política.

A CGD e a Votorantim, com 21 por cento, têm um acordo parasocial e votam em conjunto com 31 por cento. Mas o maior accionista é a Camargo Corrêa, com 33 por cento. Já Manuel Fino tem 10 por cento e não se percebe ao lado de quem alinha na Cimpor. Cabe aos quatro investidores, que no conjunto possuem cerca de 75 por cento da empresa, apresentar uma lista consensual para liderar a oitava maior cimenteira do mundo. Um processso negocial complexo, pois o entendimento da Camargo é que deve ter o mesmo número de representantes que a Votorantim e a CGD juntas.

Em todo o caso, o grupo já se concertou para nomear o próximo CEO. O nome encontrado foi o de Francisco Lacerda, ex-administrador do Banco Comercial Português (BCP), e tido como próximo de Manuel Fino. Mas a oficialização junto da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) do convite a Lacerda está a aguardar pela escolha do chairman.

O próximo chairman irá ocupar o lugar deixado vago por Ricardo Bayão Horta, que renunciou ao cargo a semana passada, iniciativa que abriu caminho à nomeação da futura liderança da cimenteira. Bayão Horta era em simultâneo CEO e chairman da Cimpor.

Recentemente ficou a saber-se que Mário Lino tinha sido proposto pelo Governo para liderar a Redes Energéticas Nacionais, REN, substituindo o anterior presidente José Penedos. A proposta foi chumbada pelos accionistas privados, que optaram antes por nomear Rui Cartaxo, que saiu da administração da Galpenergia há cerca de um ano, com uma indemnização de cerca de meio milhão de euros. Penedos interrompeu o seu mandato na REN quando surgiu envolvido no processo judicial Face Oculta.