"Pôr os doentes em primeiro lugar" arranca hoje no Porto

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Numa primeira fase, os especialistas vão dedicar-se às doenças oncológicas Fernando Veludo (arquivo)

O plano que passa pela criação de um site e outras ferramentas quer construir uma plataforma onde doentes e clínicos se encontrem e comuniquem numa linguagem simples. A primeira reunião entre os organizadores da iniciativa (um grupo de patologistas europeus e norte-americanos) e os parceiros acontece hoje no Ipatimup (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto).

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O plano que passa pela criação de um site e outras ferramentas quer construir uma plataforma onde doentes e clínicos se encontrem e comuniquem numa linguagem simples. A primeira reunião entre os organizadores da iniciativa (um grupo de patologistas europeus e norte-americanos) e os parceiros acontece hoje no Ipatimup (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto).

Numa primeira fase, os especialistas vão dedicar-se às doenças oncológicas, optando por incluir os cancros da mama, pulmão, próstata, cólon e esófago/estômago. Segundo a socióloga que coordena esta acção, Paula Silva, o projecto deverá incluir, mais tarde, as doenças degenerativas e crónicas. A ideia é criar um espaço onde os doentes e médicos se encontrem e comuniquem. Tão simples e complexo como isso. A reunião de hoje vai servir para ouvir o que as 15 associações de doentes convidadas sentem necessidade de ter neste projecto. Outro dos importantes parceiros é o Centro de Estudos Sociais, que, na sua actividade de investigação, vai tentar dar respostas sobre a caracterização das associações que existem em Portugal.

Além da criação de um site onde serão respondidas as "questões mais frequentes" dos doentes, pretende-se ainda lançar uma prática inovadora no país introduzindo um documento anexo explicativo aos relatórios de biópsia, realizados pela anatomia patológica. Será uma espécie de tradução dos cifrados relatórios para linguagem inteligível pelos doentes, para que estes saibam e percebam o que têm. "A primeira pedra a partir será passar a noção que é possível existir uma comunicação entre o doente e o médico", nota Paula Silva, adiantando que é importante também combater a necessidade que os doentes têm em procurar respostas sobre a sua doença na Internet. "Muitas vezes, em vez de ficarem mais esclarecidos, ficam ainda mais confusos", afirma, sublinhando que este projecto pretende afirmar-se como um "filtro confiável, efectivo e eficaz" de informação.