Judiciária fez buscas na Jerónimo Martins, Câmara de Espinho e vários outros locais
. Foi no âmbito deste inquérito que foram efectuadas anteontem buscas na sede do Grupo Jerónimo Martins, em Lisboa, e na Câmara Municipal de Espinho, que se alargaram também às residências do anterior presidente da autarquia, José Mota, e de alguns quadros daquele grupo de distribuição alimentar.
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. Foi no âmbito deste inquérito que foram efectuadas anteontem buscas na sede do Grupo Jerónimo Martins, em Lisboa, e na Câmara Municipal de Espinho, que se alargaram também às residências do anterior presidente da autarquia, José Mota, e de alguns quadros daquele grupo de distribuição alimentar.
Ao que o PÚBLICO apurou, as buscas noutras autarquias, residências e escritórios, em vários pontos do país, totalizaram mais de três dezenas. Em causa está a eventual prática de crimes de corrupção, tráfico de influência e prevaricação, pelo que além da documentação recolhida nos serviços das autarquias, os investigadores rastrearam os computadores pessoais dos suspeitos, tendo procurado também outros documentos que eventualmente pudessem guardar nas suas residências ou viaturas particulares.
Confrontada pelo PÚBLICO, a Jerónimo Martins (dona das cadeias Pingo Doce, Feira Nova e Recheio) disse confirmar "a realização de uma investigação da PJ, que decorreu ontem [anteontem] na sede do grupo". Na resposta, por escrito, a empresa adianta que as buscas tiveram lugar "na sequência de um conjunto de investigações que estão a ser realizadas a várias entidades". "O grupo desconhece o âmbito preciso destas investigações, mas está a colaborar activamente com as autoridades, fornecendo todos os elementos necessários", adianta ainda para concluir que "encara com muita tranquilidade e respeito esta investigação".
Também o ex-presidente da Câmara de Espinho e actual governador civil de Aveiro, o socialista José Mota, confirmou as buscas na sua residência. Embora se encontrasse fora do país (regressou esta noite), Mota disse que os dois inspectores da PJ estiveram na sua casa na manhã de quarta-feira, onde foram recebidos pela filha que na altura os pôs em contacto telefónico consigo. "Não encontraram nada de relevante nem vão encontrar", disse, mostrando-se de consciência tranquila e apontando para eventuais denúncias por parte de elementos do PSD, partido que o destronou nas últimas eleições.
Após a busca na casa de José Mota, os dois inspectores da PJ deslocaram-se para a Câmara de Espinho. O presidente, Pinto Moreira (PSD), confirmou que chegaram ao final da manhã e permaneceram até ao meio da tarde, esclarecendo que analisaram vários dossiers e recolheram documentação relativa a vários departamentos, todos relacionados com o período em que José Mota era presidente da Câmara de Espinho.