Assistente do Papa implicado em rede de prostituição homossexual
O caso foi detectado em escutas telefónicas no quadro de um inquérito por corrupção a Ângelo Balducci, antigo presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, na cadeia desde o passado dia 10 de Fevereiro.
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O caso foi detectado em escutas telefónicas no quadro de um inquérito por corrupção a Ângelo Balducci, antigo presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, na cadeia desde o passado dia 10 de Fevereiro.
O cantor “Mike”, forma como é referido o nigeriano Chinedu Thomas Ehiem, seria o elo de ligação para os encontros sexuais com Balducci, o que o implica numa “rede” de prostituição masculina que incluiria também um italiano.
“Mike” foi, segundo a Reuters, afastado do Coro Giulia, que canta em São Pedro quando o Papa não celebra missa. O membro do coro disse ao semanário "Panorama" que “canta no coro de São Pedro” mas “não [é] religioso” e que foi “um amigo italiano que o apresentou a Balducci há mais de dez anos”.
Nas escutas, segundo a imprensa italiana, Balducci daria instruções ao seu interlocutor sobre as características físicas dos homens com que pretenderia encontrar-se. Pelo menos um deles seria um seminarista. O cantor diz que aceitou o papel devido a dificuldades financeiras da família e que o cliente lhe dava “uma vez por outra 50 ou 100 euros, nunca mais de 1000 ou 1500 euros por ano”.
As revelações embaraçaram o Vaticano, que ainda não comentou a situação. Mas uma fonte citada pela Reuters disse que o nome de Balducci já não aparece na próxima edição do “directório” da instituição.
Balducci, que ostenta desde 1995 o título de “gentil-homem de Sua Santidade”, uma espécie de assistente especial do pontífice, tinha como funções, entre outras, servir de cicerone de chefes de Estado que visitam o Vaticano, e nega as acusações.