Nem o Belenenses pareceu último nem o Benfica fez de primeiro

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Cardozo marcou o seu 17.º golo da temporada na liga portuguesa Miguel Vidal/Reuters (arquivo)

O Belenenses não vence há seis meses – a última vitória foi na segunda jornada. O golo (o único da partida) de Cardozo, logo aos dez minutos, fazia imaginar um cenário semelhante a tantos outros na Luz e que acabam em goleada. Mas o treinador do Belenenses, António Conceição, deixou desde logo o aviso em resposta a Jesus, que disse que os adversários nem dormem com medo da sua equipa. O técnico “azul” disse que tinha tido uma noite de sono tranquila. E provou-o, sem precisar de recorrer a Lexotans.

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O Belenenses não vence há seis meses – a última vitória foi na segunda jornada. O golo (o único da partida) de Cardozo, logo aos dez minutos, fazia imaginar um cenário semelhante a tantos outros na Luz e que acabam em goleada. Mas o treinador do Belenenses, António Conceição, deixou desde logo o aviso em resposta a Jesus, que disse que os adversários nem dormem com medo da sua equipa. O técnico “azul” disse que tinha tido uma noite de sono tranquila. E provou-o, sem precisar de recorrer a Lexotans.

Jesus fez voltar a sua guarda pretoriana, com seis alterações em relação ao jogo de Alvalade. Entre eles, os óbvios: Cardozo, Saviola e Aimar. Sem a arte quase pirotécnica de Di María, castigado, o fogo “encarnado” foi-se apagando com o tempo. O Belenenses, uma equipa em constante metamorfose, não se deixou abater. Nunca, nem quando, em cima do adversário discutia o empate e ficou privado do guarda-redes Bruno Vale, expulso por defender com as mãos fora da área - antes, as suas mãos já tinham impedido Weldon de festejar um golo, quando os adeptos já pareciam desesperar.

A equipa do Restelo encostou o Benfica à sua área, algo raro esta época. Aqui fala mais alto a pressão, que os “encarnados” acusam, juntamemnte com nervosismo e alguma insegurança. Pressão de líder.

Frente, um adversário que foi ao Dragão e a Alvalade empatar, esse medo passou pela Luz. Fajardo falhou um golo incrível frente a Quim, quando as “águias” já tinham gasto os seus cartuchos - o golo de Cardozo e uma boa oportunidade de Coentrão.

O final chegou com algum cansaço dos jogadores benfiquistas e o pensamento no encontro com o Hertha, para a Liga Europa. Aí, nos descontos, Mano aproveitou uma desatenção e o seu remate gelou a Luz, que estava fria com o cair da noite e a exibição da sua equipa. O calor só chegou com o apito final e a garantia dos três pontos que deixam o Benfica ainda no comando.

POSITIVOCardozo

Esteve nos momentos decisivos do jogo. No golo e na expulsão do guarda-redes adversário, que refreou o ímpeto ofensivo do adversário. 17 golos na Liga e três pontos ontem.


Ramires

A sua influência na equipa nota-se. Assistiu Cardozo para o golo, mas também tentou alargar o futebol da sua equipa, quando esta parecia um harmónio a querer encolher.


NEGATIVOFajardo

O golo que falhou, na pequena área frente a Quim, marcou a sua exibição. Nunca se recompôs do erro. Podia ter saído como herói, saiu pela porta pequena.


César Peixoto

É o menos artista do Benfica. Jesus quer lançar um defesa esquerdo para a selecção, mas Coentrão tem bem mais hipóteses que Peixoto.


Ficha de jogo

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.


Assistência 45.329 espectadores.


Benfica

Quim 6, Maxi Pereira 5, Luisão 5, David Luiz 5, César Peixoto 4 (Weldon 5, 45’), Javi García 6, Ramires 7, Aimar 5 (Carlos Martins 5, 62’), Fábio Coentrão 6, Saviola 5 (Rúben Amorim 5, 70’) e Cardozo 6. Treinador Jorge Jesus.

Belenenses

Bruno Vale 6, Mano 6, Devic 5, Marcos António 5, Tiago Gomes 6, Celestino 6 (Assis -, 79’), Gabriel Gómez 5, Barge 6 (Zé Pedro 5, 67’), Fajardo 4 (Yontcha 5, 58’), Lima 5 e André Almeida 6. Treinador António Conceição.

Árbitro

Carlos Xistra 6, de Castelo Branco. Amarelo Barge (61’).

Vermelho directo

Bruno Vale (78’).

Golo

1-0, por Cardozo, aos 10’.

Notícia actualizada às 20h01