Manuel Alegre anuncia candidatura à Presidência da República
Venho aqui dizer-vos que estou disponível para esse combate. Com todos vós e com todos os portugueses que estão connosco, com todos os que a seu tempo virão a estar, para mudar e para vencer, pela República e Portugal”, afirmou na região natal de Cavaco Silva. Os presentes levantaram-se num pulo e ofereceram a Alegre um enorme aplauso. “É candidato, é candidato”, repetiu-se na sala. “Alegre anunciou”, diziam ao telefone os seus mais próximos colaboradores e apoiantes.
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Venho aqui dizer-vos que estou disponível para esse combate. Com todos vós e com todos os portugueses que estão connosco, com todos os que a seu tempo virão a estar, para mudar e para vencer, pela República e Portugal”, afirmou na região natal de Cavaco Silva. Os presentes levantaram-se num pulo e ofereceram a Alegre um enorme aplauso. “É candidato, é candidato”, repetiu-se na sala. “Alegre anunciou”, diziam ao telefone os seus mais próximos colaboradores e apoiantes.
Logo no início do discurso se percebeu que Alegre podia ir mais longe neste terceiro jantar organizado pelos seus apoiantes (já tinha estado em Braga e no Entroncamento e dia 31 estará no Porto). A propósito da crise financeira, Alegre deu o primeiro sinal, ao afirmar que é preciso para o país “mais que uma visão contabilística e tecnocrática”. “É preciso uma visão política, com abertura de espírito, inovação e criatividade. Mudar a economia, mudar o sentido da política, mudar a vida. Capacidade de invenção, poder de inspiração”, salientou. Depois traçou o perfil que entende que deve ter um PR: “Alguém que seja um patriota e um cidadão”; “alguém que se identifique com as raízes profundas da nossa história e da nossa cultura, mas seja simultaneamente um cosmopolita”; “alguém que em todos os momentos exerça um magistério da causa pública e do serviço desinteressado do país”.
O socialista voltou a insistir que “Portugal vive uma hora difícil” e que “é sempre mais fácil desistir e baixar os braços”. “Quem me conhece sabe que eu não cometi nunca esse pecado. (…) Nem antes nem depois do 25 de Abril. E também não ficarei neutro agora”, estava dado novo sinal, este ainda mais claro, que Alegre voltaria a ser candidato a Belém.
Para o socialista só há duas opções. Por um lado, “os dirigentes mais lúcidos do principal partido da oposição já perceberam que é muito difícil encontrar, a curto prazo, um líder capaz de unir o partido e o centro direita”. Como tal, acrescentou, “é grande a tentação de reagrupar o bloco conservador à volta do actual Presidente da República” para, “através da sua eventual reeleição”, conseguir por uma via partidária uma maioria, um Governo, um presidente.
“Independentemente da pessoa do Presidente, que não ponho em causa, tal projecto, que sempre foi o sonho da direita, comporta riscos para o PS, para toda a esquerda e para o equilíbrio do regime. E tem uma lógica de deriva política de pendor presidencialista”, salientou.
A outra opção, revelou, é “não nos conformarmos e fazer da próxima eleição presidencial uma grande mobilização”. E “não só das esquerdas”, segundo o socialista, mas “de todos aqueles, de todos os quadrantes, que desejam a mudança num outro sentido e que querem ver renascer a esperança num Portugal sem bloqueios, um Portugal que valha a pena, um Portugal de todos”. “É esse Portugal que nos interpela. É esse combate que chama por nós”. E ao chamamento, Alegre disse “sim”. “Estou disponível para esse combate” – foi a frase que marcou a noite. Entre os presentes, destacavam-se os socialistas e presidentes das câmaras de Portimão, de São Brás de Alportel, de Vila do Bispo e de Alzezur, além de Helena Roseta e do ex-comunista Carlos Brito.
Recorde-se que nas anteriores presidenciais, Manuel Alegre foi também candidato (tendo obtido perto de um milhão de votos) mesmo sem ter o apoio do seu partido de sempre, o PS. A direcção do PS, decidiu então apoiar Mário Soares, que conseguiria menos votos que Alegre.
Dirigentes do Bloco de Esquerda e várias figuras do PS manifestaram já apoio a uma candidatura presidencial de Alegre em 2011, mas até agora a direcção dos socialistas ainda não tomou qualquer decisão sobre as próximas presidenciais.
Notícia Actualizada às 22h15