Governo aprova contrato de investimento nas minas de Aljustrel
Em declarações à agência Lusa, Luís Sequeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), considerou hoje o investimento como positivo, referindo no entanto ser necessário conhecer mais detalhes do contrato.
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Em declarações à agência Lusa, Luís Sequeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), considerou hoje o investimento como positivo, referindo no entanto ser necessário conhecer mais detalhes do contrato.
O contrato será celebrado entre o Estado, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o grupo I’M SGPS, a I’M Mining SGPS e a Almina - Minas do Alentejo.
O grupo I’M detém a I’M Mining SGPS, a única accionista da empresa Almina, a concessionária das minas de Aljustrel, ex-Pirites Alentejanas.
O despacho de aprovação da minuta do contrato de investimento foi publicado quinta-feira em Diário da República, pouco mais de três meses após o projecto ter sido aprovado, através do Sistema de Incentivos à Inovação, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013.
Segundo o despacho, a Almina pretende relançar as actividades de extracção e beneficiação de minério em Aljustrel e quer adaptar, modernizar e expandir “as instalações de exploração, processamento e beneficiação de minério e outras auxiliares.”
O preço do mercado do cobre no mercado internacional “assegurará a viabilidade da exploração mineira” em Aljustrel, refere o despacho.
O projecto, num investimento de 103,8 milhões de euros a implementar até 2012, prevê a criação de “47 postos de trabalho permanentes” e a “manutenção dos já existentes” e alcançar “um valor de vendas, expresso em milhares de toneladas métricas de minério extraído, de 1.300 toneladas” em 2018.
Devido ao seu “impacto macroeconómico”, o projecto foi considerado pelo Governo de “interesse estratégico” e “grande relevância” para a economia nacional.
A actividade na mina de Aljustrel recomeçou no início de Junho de 2009 com os trabalhos de desenvolvimento mineiro na mina de Feitais, mas ainda não há data concreta para o início da extracção de minério.
“A priori, parece um investimento positivo”, disse hoje à Lusa Luís Sequeira, dirigente do STIM, frisando que “gostaria de conhecer em pormenor o conteúdo do contrato de investimento”.
“De qualquer forma, parece que falta vontade para retomar a extracção de minério” em Aljustrel, disse, referindo que o conselho de administração da Almina comunicou ao STIM, no passado mês de Novembro, que a retoma da extracção “só deverá começar no final do primeiro trimestre ou início do segundo trimestre deste ano e irá depender da cotação dos minérios e da conjuntura internacional”.
“Não entendemos porque a extracção ainda não começou”, disse, salientando que “estão reunidas as condições” e “os metais estão em alta”.
“O cobre sempre esteve em alta e a cotação do zinco está três vezes acima do valor que tinha quando a I’M SGPS comprou a concessionária das minas de Aljustrel” ao anterior proprietário, a Lundin Mining, disse Luís Sequeira.