ACAPO lembra que ainda há muita informação oficial não acessível aos cegos
Em Portugal estima-se que existam cerca de 163 mil pessoas com deficiência visual, segundo os dados do Censo de 2001. Mas estes números parecem não sensibilizar a sociedade para a mudança de hábitos.
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Em Portugal estima-se que existam cerca de 163 mil pessoas com deficiência visual, segundo os dados do Censo de 2001. Mas estes números parecem não sensibilizar a sociedade para a mudança de hábitos.
“Felizmente o panorama vem mudando, mas é uma mudança lenta”, disse o director da ACAPO, Rodrigo Santos. “Ainda recebo em casa muita correspondência de organismos públicos que não vem em Braille”, critica.
Rodrigo Santos lembra que o Braille - alfabeto cujos caracteres se indicam por pontos em relevo - é o meio universal de leitura e escrita das pessoas com deficiência visual. “Representa a nossa porta para a alfabetização e para uma comunicação escrita que está omnipresente”.
Segundo a ACAPO, há cada vez mais pessoas sem problemas de visão a aprender Braille. Só no ano passado, a associação ensinou mais de uma centena de alunos e alguns aprenderam a ler numa semana. No entanto, a maioria usa os olhos e não o tacto para o fazer.
“Mais do que aquele pequeno fascínio de querer conhecer uma coisa nova, nota-se um interesse real da comunidade em conhecer o sistema”, comentou.
Além do aumento de pedidos de formação, a ACAPO tem tido também mais pedidos de produção em Braille por parte de empresas privadas e organismos públicos. No entanto, lamenta Rodrigo Santos, “ainda há pouca produção”, porque “não há muita sensibilização”.