Investimento feito pela EDP em nova rede e na conservação da existente tem vindo a abrandar
Os dados fornecidos pela empresa indicam que o investimento em nova rede de distribuição cresceu entre 1999 e 2005, passando de 230 milhões para 404 milhões de euros, mas desde há quatro anos travou o esforço nesta área. Em 2008, ficou em 304 milhões de euros e a tendência é para prosseguir nesta linha: no próximo triénio, prevê um investimento anual de 230 milhões de euros.
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Os dados fornecidos pela empresa indicam que o investimento em nova rede de distribuição cresceu entre 1999 e 2005, passando de 230 milhões para 404 milhões de euros, mas desde há quatro anos travou o esforço nesta área. Em 2008, ficou em 304 milhões de euros e a tendência é para prosseguir nesta linha: no próximo triénio, prevê um investimento anual de 230 milhões de euros.
Quanto à conservação da rede existente, registou um pico em 2002, com 465 milhões de euros de investimento, um valor que não voltou a igualar. Em 2008, ficou em 137 milhões de euros, no ano anterior tinham sido 146 milhões.
Também foi em 2008 que a EDP Distribuição contrariou o caminho percorrido na última década: o tempo de interrupção do serviço na média tensão aumentou em vez de descer, passando de 109 minutos/ano para 113,4 minutos. Em contrapartida, no ano passado, pagou mais de meio milhão de euros de compensações aos consumidores, o que representa um aumento de 68 por cento, ao arrepio de anos anteriores.
Na rede de alta tensão, da responsabilidade da Redes Energéticas Nacionais (REN), o investimento em novas infra-estruturas aumentou na última década, de 30 a 40 milhões de euros para 200 milhões de euros anuais. Nos últimos três anos, oscilou entre 200 a 240 milhões de euros. A REN diz que em termos médios, o investimento em nova rede é de 240 milhões. Na manutenção da rede existente, ronda os 10 milhões. Em 2009, o investimento foi reforçado para 290 milhões de euros. O tempo de interrupção de serviço atingiu no ano passado o valor mais baixo de sempre, inferior a um minuto/ano.
Apesar da trajectória mais recente da EDP Distribuição, o último relatório da qualidade do serviço eléctrico de 2008, publicado em Novembro passado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) dá nota bastante positiva ao desempenho das duas empresas, considerando que se encontram bastante acima dos indicadores que lhes servem de referência. "Os padrões gerais de continuidade de serviço foram todos cumpridos, sendo de referir que os valores registados dos indicadores se situaram muito abaixo dos valores-padrão", lê-se no documento.
A partir daqui, as opiniões dividem-se. A ERSE já em Junho tinha alertado para a necessidade de elevar a exigência dos indicadores de qualidade, constatando-se que as empresas cumprem os valores padrão "folgadamente". Com um novo patamar de indicadores também os níveis de compensação aos consumidores teriam de subir.
Não é esse o entendimento de outras entidades. A Deco defende que é preciso balancear o esforço de investimento em qualidade, por ser sempre uma parcela a cobrar a mais nas tarifas eléctricas - ou seja, se o Governo obrigar a EDP a pagar compensações às populações e empresas da região de Torres Vedras afectadas pela interrupção do fornecimento de energia eléctrica, as verbas em causa serão repercutidas nas tarifas.