Brasil homenageou responsável pelo "Maracanazo"

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Alcides Ghiggia na calçada da fama do Maracanã Bruno Domingos/Reuters

“Nunca pensei que fosse homenageado no Maracanã, estou muito emocionado. Viva o Brasil”, disse Ghiggia, que agradeceu ao público no mesmo lugar em que calou 205 mil espectadores brasileiros que lotaram aquele que era então o maior estádio do Mundo.

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“Nunca pensei que fosse homenageado no Maracanã, estou muito emocionado. Viva o Brasil”, disse Ghiggia, que agradeceu ao público no mesmo lugar em que calou 205 mil espectadores brasileiros que lotaram aquele que era então o maior estádio do Mundo.

Ghiggia marcou o segundo golo do Uruguai, ao minuto 79, que valeu a vitória por 2-1 sobre o Brasil na final e que coroou o Uruguai como bicampeão mundial, naquela que foi a recordação mais dolorosa para os adeptos brasileiros, a qual perdura apesar dos cinco títulos mundiais conquistados posteriormente.

A derrota nesse Mundial foi tão traumática para os brasileiros que não há registo da mesma no museu do futebol do Maracanã, onde figuram os cinco títulos mundiais ganhos pelo Brasil.

Aos 83 anos, Ghiggia foi o centésimo jogador e o sexto estrangeiro a gravar as suas impressões no cimento da calçada da fama do Maracanã, depois do alemão Franz Beckenbauer, do português Eusébio, do chileno Elías Figueroa, do paraguaio Júlio César Romero e do sérvio Dejan Petkovic.

Entre as dezenas de jogadores brasileiros que deixaram a sua marca no Maracanã estão lendas como Pelé, Zico, Garrincha (postumamente), Rivelino, Didi, Ronaldo, Roberto Dinamite, Telé Santana e Djalma Santos.

A única mulher que tem lugar no memorial é a brasileira Marta, eleita a melhor futebolista do Mundo pela FIFA nos últimos quatro anos.

Além da proeza da final de 1950, Ghiggia foi reconhecido pela sua carreira no Peñarol, ao serviço do qual venceu três ligas uruguaias, e no AC Milan, de Itália, onde acabou por adquirir a nacionalidade italiana e chegou a vestir a camisola da “squadra azzurra” nas eliminatórias do Mundial de 1958.