Génio!

Num ano em que grandes companhias discográficas como a Verve, Columbia ou Blue Note continuaram a fazer render os seus valiosos catálogos, foram reeditadas inúmeras obras-chave do jazz, nomeadamente "Kind of Blue" de Miles Davis, "Mingus Ah Um" de Charles Mingus, "Dimensions & Extensions" de Sam Rivers, ou "One Step Beyond" de Jackie McLean. Entre elas, está um dos mais extraordinários e criativos álbuns de jazz de sempre; "Brilliant Corners", do compositor e pianista Thelonious Monk, reeditado na série "Keepnews Collection".

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Num ano em que grandes companhias discográficas como a Verve, Columbia ou Blue Note continuaram a fazer render os seus valiosos catálogos, foram reeditadas inúmeras obras-chave do jazz, nomeadamente "Kind of Blue" de Miles Davis, "Mingus Ah Um" de Charles Mingus, "Dimensions & Extensions" de Sam Rivers, ou "One Step Beyond" de Jackie McLean. Entre elas, está um dos mais extraordinários e criativos álbuns de jazz de sempre; "Brilliant Corners", do compositor e pianista Thelonious Monk, reeditado na série "Keepnews Collection".

Thelonious Monk, um dos músicos de jazz mais bem sucedidos na criação de uma linguagem vincadamente própria, como pianista e como compositor, alcançou em "Brilliant Corners" um dos pontos altos da sua carreira. Se a isto juntarmos o facto de que é consensualmente considerado um génio, poderemos ter uma ideia do impacto e importância deste registo. Gravado em 1956 com uma banda de sonho - Monk, Ernie Henry, Sonny Rollins, Oscar Pettiford e Max Roach -, tem o mérito acrescido de que mesmo o relativamente pouco conhecido Henry, aqui em sax alto, toca ao nível dos outros músicos, todos gigantes nos seus instrumentos, afirmando-se como saxofonista precioso, infelizmente pouco gravado. Para a História ficaram cinco temas clássicos - "Brilliant corners", "Ba-lue bolivar ba-lues are", "Pannonica", "I surrender dear" e "Bemsha Swing", este último com Clark Terry no lugar de Henry e Paul Chambers no de Pettiford -, tocados com uma mistura explosiva de controlo, génio e abandono que fez o "blueprint" para muito do jazz moderno que se seguiu.