Portugueses esgotaram cedo viagens de fim de ano

Mas mesmo que a data do reveillon não estivesse tão próxima, o sentimento geral é de que as principais operações já se esgotaram há várias semanas. Duarte Borges, do departamento de vendas da Halcon Viagens, confirma essa impressão, ao indicar que outras opções como o Brasil, Cabo Verde ou mesmo a grande maioria dos programas para a Madeira já ficaram sem vagas há muito tempo, mas todavia está longe de festejar essa notícia e aponta para um desequilíbrio no mercado. "Este ano tem havido alguma procura, mas a oferta tem sido menor, porque temos mais dificuldade em conseguir disponibilidade [de lugares de transporte aéreo]", indicou ontem este responsável ao PÚBLICO.

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Mas mesmo que a data do reveillon não estivesse tão próxima, o sentimento geral é de que as principais operações já se esgotaram há várias semanas. Duarte Borges, do departamento de vendas da Halcon Viagens, confirma essa impressão, ao indicar que outras opções como o Brasil, Cabo Verde ou mesmo a grande maioria dos programas para a Madeira já ficaram sem vagas há muito tempo, mas todavia está longe de festejar essa notícia e aponta para um desequilíbrio no mercado. "Este ano tem havido alguma procura, mas a oferta tem sido menor, porque temos mais dificuldade em conseguir disponibilidade [de lugares de transporte aéreo]", indicou ontem este responsável ao PÚBLICO.

Com efeito, José Manuel Ferraz, director das Viagens Abreu, confirma que nesta época de fim de ano "houve um ajustamento da oferta" relativamente aos últimos dias do ano passado, o que sucedeu "em função da crise" que já nessa altura se fazia sentir no sector. Não fica no entanto insatisfeito ao constatar que "uma grande parte da oferta se esgotou com mais de um mês de antecedência", até porque na Viagens Abreu sentiram que "a procura [neste final de 2009] foi ligeiramente melhor do que no ano passado".

Os programas para Cabo Verde (com charters especiais para as ilhas do Sal e da Boavista), Tunísia e Turquia e a oferta de cruzeiros no rio Douro (dois barcos contratados em exclusivo) são dois exemplos apontados por José Manuel Ferraz. Já em relação ao Brasil - para onde a Viagens Abreu realizou também dois charters, com destino ao Natal e à Baía - a oferta de lugares se esgotou mais tarde, "apenas entre 15 dias a uma semana antes do final do ano".

Quanto à Madeira, que já é uma tradição de reveillon para os portugueses, este ano se houve diferença foi para melhor. A contrariar a tendência geral da diminuição de lugares disponíveis, que se fez sentir para outros destinos, neste caso houve até um aumento de vagas. O resultado, no caso da Viagens Abreu, foi que a procura acompanhou e deu-se uma subida de cerca de 20 por cento nas vendas. "Excedeu um pouco as expectativas, mas teve muito que ver com o crescimento da oferta", sublinha o mesmo responsável.

Este aumento da oferta reflecte-se na operação da TAP, por exemplo. Nestas três semanas de época de fim de ano (entre meados de Dezembro e a primeira semana de Janeiro), dentro do que já é hábito, a companhia aérea realiza para o Funchal mais 77 voos de ida e volta do que é habitual no resto da operação de Inverno, indicou o porta-voz da transportadora, António Monteiro.

Adeus à crise?

"Se avaliássemos o comportamento do mercado quase diríamos que a crise não existe, mas o fim do ano não pode ser um barómetro para fazer essa avaliação", sublinha José Manuel Ferraz. Isto porque "quem vai de férias nesta altura são pessoas que viajam duas ou mais vezes por ano, com algum poder aquisitivo, o que se nota nos preços que são muito mais elevados do que no Verão."

Também Pedro Costa Ferraz, do operador turístico Mundo Vip (Espírito Santo Viagens), concorda que as épocas de pico como esta do reveillon, e também o Carnaval e Páscoa, são atípicos relativamente ao comportamento que foi "pior" durante o resto do ano. "O ano correu em média pior, houve um visível atenuar das viagens, mas nos picos do Carnaval, Páscoa e fim do ano não se nota a crise", destaca.

Os clientes que compram viagens no reveillon sabem que a oferta para os destinos mais interessantes é escassa e que se concentra essencialmente nos dias a seguir ao Natal. Por outro lado, são pessoas que não hesitam na hora de adquirir e não se preocupam muito com os preços, afirmam os responsáveis do sector.

Para quem ainda anseia por passar uns dias fora de casa, Luís Lourenço, da direcção da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e de Turismo, refere a região algarvia como um destino muito procurado. "O Algarve nestes dias vende-se, é a opção mais tomada em cima da hora."