Administração da ex-Maconde não paga subsídio de Natal a 400 trabalhadores

Antes do Natal, os funcionários da unidade têxtil de Vila do Conde tinham em atraso o salário do mês de Novembro e o respectivo subsídio e ameaçaram que fariam greve, caso não fossem pagas as verbas em falta.

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Antes do Natal, os funcionários da unidade têxtil de Vila do Conde tinham em atraso o salário do mês de Novembro e o respectivo subsídio e ameaçaram que fariam greve, caso não fossem pagas as verbas em falta.

A direcção da empresa prometeu, então, fazer os respectivos pagamentos, ao longo da última semana, mas só “foi pago o ordenado, mas falta o subsídio de Natal”, lamentou Carla Cunha, uma das funcionárias.

“Esperamos que a situação se resolva”, tanto mais que a administração voltou a anunciar que espera pagar “ainda esta semana”, acrescentou Carla Cunha, que é também delegada sindical.

Em relação ao vencimento, o pagamento foi feito de forma faseada – quem auferia menos de 600 euros recebeu no dia 22 de Dezembro e, os restantes operários com ordenados superiores, receberam no dia 24.

Caso a empresa não pague até ao final deste ano, os funcionários deverão voltar a marcar novo plenário e “decidir o que pode ser feito”, disse Carla Cunha.

Dificuldades visíveis nos últimos meses

Nos últimos meses, começaram a ser visíveis as dificuldades desta empresa, que já pediu ao IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas) um reforço dos incentivos estatais para superar a crise que atravessa.

Dois anos depois do acordo de reestruturação da unidade, assinado com a banca, a possibilidade de falência volta agora a pairar sobre a Macvila. É um momento de “graves dificuldades”, que está também a “preocupar” o presidente da Câmara Municipal local.

Mário Almeida referiu que, nos contactos que tem tido com a administração da empresa, foi-lhe dito que “existiam problemas de tesouraria, motivados pela falta de pagamento das encomendas”.

O autarca espera, no entanto, que estes momentos de crise sejam rapidamente ultrapassados, “para bem da estabilidade dos trabalhadores, que, como qualquer outro cidadão, têm necessidade de cumprir com as suas obrigações mensais”.

O autarca adiantou que o encontro da administração da empresa no Ministério da Economia “correu bem”, segundo lhe foi transmitido por um dos administradores da têxtil.

A unidade solicitou “um apoio financeiro reembolsável, o que terá sido conseguido, através do prolongamento de um incentivo concedido pelo IAPMEI”, explicou o edil.

Embora admita que “não se trata de uma solução definitiva”, Mário Almeida acredita que, “se as dificuldades de tesouraria forem temporárias, como a empresa alega, a Macvila conseguirá ultrapassar o actual momento”.