150 mil pessoas ainda sem electricidade ao início da tarde
Os concelhos afectados são Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, Mafra, no distrito de Lisboa, Peniche, Caldas da Rainha (Leiria), Ourém, Entroncamento, Santarém, Tomar (Santarém), Sertã (Castelo Branco), Silves e Portimão (Faro).
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Os concelhos afectados são Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, Mafra, no distrito de Lisboa, Peniche, Caldas da Rainha (Leiria), Ourém, Entroncamento, Santarém, Tomar (Santarém), Sertã (Castelo Branco), Silves e Portimão (Faro).
Em comunicado, a EDP Distribuição indica que o mau tempo privou, no total, 350 mil clientes de energia durante a última madrugada e que os trabalhos de reparação estão a ser dificultados pelo grau dos danos, provocado pela queda de árvores e pelas más condições de acesso aos locais afectados.
Segundo a empresa, estão envolvidas na reparação de danos no terreno e reposição do abastecimento 800 trabalhadores da empresa e 150 viaturas, estando os trabalhos a decorrer em colaboração com a Protecção Civil e as corporações de bombeiros.
Tornado pode ter atingido região OesteA região do Oeste, uma das mais afectadas pelo temporal da última noite, pode ter sido atingida por um “tornado”. Idália Mendonça, do Instituto de Meteorologia, indicou à Lusa que ainda não se sabe o que se passou naquela região porque a rede de estações do instituto não detectou o “fenómeno”. “Não foi detectada pela nossa rede de estações. Foi um fenómeno de pequena escala, pontual. O valor mais alto que temos na rede é de 140 km/hora em Cabo Carvoeiro, que é próximo, mas estes 140 km/hora não justificam aquele grau de destruição”, explicou.
A meteorologista admite a hipótese de se ter tratado de um tornado. “Provavelmente pode ter sido um tornado de pequena escala. É importante avaliar-se primeiro os estragos e só depois é que se consegue determinar o que se passou na região, mas ainda é cedo”, disse.
Na região Oeste foram registados vários estragos. Telhados de habitações, pavilhões municipais, como o da Expotorres em Torres Vedras ou da cooperativa agrícola Frutus, no Cadaval, bem como estruturas de armazéns ficaram em grande parte destruídos. O forte temporal provocou ainda a queda de postes de electricidade. A câmara de Torres Vedras decidiu accionar o plano de municipal de emergência.
Na Lourinhã, a câmara decidiu também accionar o plano municipal de emergência. De acordo com o presidente da câmara, José Manuel Custódio a “situação é muito grave” naquela região. “O cenário é devastador. Há casas, armazéns, associações e colectividades destelhadas, postes caídos, árvores arrancadas pela raiz e estradas sem sinalização de trânsito e as placas com os nomes das localidades derrubadas”, referiu.
Lisboa em estado de alerta amarelo até amanhãEm Lisboa, a Protecção Civil anunciou, entretanto, que vai manter o estado de alerta amarelo até amanhã, depois de na madrugada de hoje o mau tempo ter causado estragos materiais. Esta madrugada foram registadas 219 ocorrências que obrigaram à intervenção de 229 corpos de bombeiros, envolvendo 909 homens, adiantou o comandante distrital de operações de socorro de Lisboa, Eliseo Oliveira.
A Protecção Civil esteve hoje reunida em Mafra com o governador civil de Lisboa e com a EDP para avaliar os estragos do mau tempo. Segundo Eliseo Oliveira, “os principais danos têm a ver com estruturas e quedas de árvores”. “Houve também obstrução de vias de comunicação que não permitiram às pessoas que saíssem para os seus locais de trabalho”, disse o responsável, garantindo que até ao momento não “há conhecimento de quaisquer desalojados” nem vítimas. Segundo o comandante, o parque de campismo de Santa Cruz, em Torres Vedras, foi um dos locais mais afectados pelo mau tempo, “com danos avultados”.
O governador civil de Lisboa, António Galamba, adiantou que as autoridades se vão manter em estado de alerta amarelo, não só devido às condições atmosféricas mas também por esta ser uma altura em que as pessoas circulam muito nas estradas.
Voos com atrasos e canceladosO mau tempo está a provocar ainda atrasos nos aeroportos portugueses, depois de na terça-feira ter obrigado ao cancelamento de cinco voos em Lisboa e dois no Porto. “Hoje não foi registado qualquer cancelamento nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, mas registam-se atrasos, em média, de cerca de 30 a 40 minutos”, afirmou fonte oficial da ANA-Aeroportos de Portugal.
No entanto, o mau tempo que se faz sentir e que nos últimos dias tem afectado o tráfego aéreo em vários países, obrigou na terça-feira ao cancelamento de cinco voos no aeroporto de Lisboa e dois no aeroporto do Porto, afectando cerca de 1400 passageiros.
Nos Açores, a transportadora aérea Sata cancelou o voo programado para hoje entre Lisboa e a Horta, devido às condições meteorológicas no aeroporto do Faial. O cancelamento deixou em terra 231 passageiros, 154 dos quais retidos em Lisboa. O voo cancelado deverá ser reposto amanhã. A Sata cancelou também uma ligação programada para hoje entre as ilhas da Madeira e Porto Santo.
Chuva e vento continuam hojeO Instituto de Meteorologia adianta que o mau tempo vai regressar ainda hoje com previsão de chuva e vento forte para todo o país. “Está previsto a partir da tarde de hoje e até à madrugada de quinta-feira vento e chuva forte. Vai começar pelo Sul e gradualmente estender-se a Norte”, indicou Idália Mendonça.
Segundo a meteorologista, prevê-se a partir do final da tarde de hoje no litoral a sul do Cabo Carvoeiro e nas terras altas das regiões Centro e Sul vento forte a muito forte com rajadas da ordem dos 120 km/hora. Para quinta-feira, a previsão aponta para céu geralmente muito nublado, com abertas a partir da tarde, períodos de chuva passando a aguaceiros, que serão de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela e vento moderado a forte de sudoeste, tornando-se fraco a moderado de noroeste a partir da tarde.
Nas terras altas, o vento será forte a muito forte de sudoeste com rajadas da ordem dos 100 km/hora, enfraquecendo para o final do dia.