Fábrica de componentes automóveis da Guarda dispensa 20 trabalhadores
Segundo Sandra Sousa, da comissão de trabalhadores e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM) de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, os operários receberam ontem o anúncio do despedimento, “no último dia de trabalho antes de irem de férias”.
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Segundo Sandra Sousa, da comissão de trabalhadores e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM) de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, os operários receberam ontem o anúncio do despedimento, “no último dia de trabalho antes de irem de férias”.
“Alguns dos trabalhadores estavam a trabalhar na linha e por volta das 11h30 começaram a ser chamados, um a um, à secção de pessoal. Entregavam-lhes a carta de despedimento e mandavam-nos logo embora, já nem regressavam à linha onde estavam a trabalhar”, denunciou.
Os despedidos, todos contratados, “ainda vão estar dois meses ao serviço da empresa, mas nesses dois meses vão ficar em casa, já não trabalham”, referiu ainda.
“Os trabalhadores saíram [das instalações] com o cabaz de Natal numa mão e com a carta de despedimento na outra”, contou Sandra Sousa, que criticou a atitude da administração da empresa, “que não mostrou qualquer respeito pelos trabalhadores”.
Foram dispensados “os mais velhos”A sindicalista denunciou que a direcção da unidade fabril “dispensou os operários mais velhos, que estão contratados há cinco ou seis anos”, em vez de optar “pelos mais novos”. A empresa tem outra fábrica no Carregado.
No rol dos dispensados estão 14 mulheres e seis homens, com idades entre os 23 e os 37 anos, adiantou, referindo que “há pelo menos dois casos em que o marido já estava desempregado e agora fica também desempregada a mulher”.
“Foi uma coisa repentina. Foi um autêntico balde de água fria, porque ninguém estava à espera, nem os trabalhadores nem o sindicato”, disse Sandra Sousa, justificando que “a direcção tem dito que há projectos novos e que o sector está a recuperar”.
Adiantou que a direcção da fábrica “justificou que estes despedimentos ocorriam porque está a prever que em 2010 o ramo automóvel vá ter uma quebra na produção e já se está a antecipar” a esse possível cenário.
Multinacional em quatro continentesA Dura portuguesa integra a multinacional norte-americana Dura Automotive Parts, com sede no Michigan, que se apresenta como o maior grupo independente de concepção e produção de sistemas de controlo de condução, e um fornecedor líder de módulos para portas, sistemas de vidros e mecanismos e estruturas de assentos.
Está presente nos EUA, México, Brasil, oito países europeus, China, Índia e Japão.
A empresa aplicou este ano, entre Março e Julho, a medida de redução temporária do horário de trabalho, que foi justificada com a crise que atingiu o sector automóvel a nível mundial e provocou uma redução nas encomendas.
A agência Lusa tentou obter, sem sucesso, declarações da direcção da fábrica da Guarda da Dura Automotives Portuguesa, sedeada em Vila Cortez do Mondego.