Lituânia recebeu duas prisões secretas da "guerra norte-americana ao terror"
"Os locais existiram mesmo e houve aviões que aqui aterraram", disse à imprensa Arvydas Anusauskas, ao apresentar as conclusões de um inquérito iniciado no princípio de Novembro por deputados lituanos.
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"Os locais existiram mesmo e houve aviões que aqui aterraram", disse à imprensa Arvydas Anusauskas, ao apresentar as conclusões de um inquérito iniciado no princípio de Novembro por deputados lituanos.
As instalações estavam lá, mas não é possível afirmar categoricamente se quaisquer suspeitos foram mesmo levados para lá a fim de serem interrogados, esclareceu.
"As autoridades lituanas não puderam efectuar as inspecções habituais, pelo que não se sabe o que é que transportavam os aviões que aqui aterraram", especificou Anusauskas.
O Parlamento de Vilnius ordenou o inquérito depois de o canal norte-americano ABC ter alegado que a antiga república soviética que é desde Maio de 2004 membro da União Europeia serviu até 2005 de cenário a um dos chamados "buracos negros" da CIA, aquelas instalações secretas norte-americanas para interrogatórios em países estrangeiros.
A ABC citou antigos agentes secretos e registos de voos entre o Afeganistão e a Lituânia, tendo dito que toda essa colaboração com a CIA foi em troca de Washington ajudar a Lituânia a entrar na NATO, em 2004, no mesmo ano em que também entrou para a UE.
Um primeiro local para interrogatórios teria sido desenvolvido a partir de 2002 e o segundo criado em 2004, disse hoje o presidente da comissão de inquérito, segundo o qual os dois presidentes lituanos daquela altura nem sequer foram informados, superficialmente que fosse, do que é que os Estados Unidos estavam a fazer dentro das fronteiras do país.