Prédio do Hot Clube encerrado temporariamente

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O rés-do-chão, onde funciona o restaurante e a Tertúlia Festa Brava, e a cave, onde está o Hot Clube, escaparam às chamas Enric Vives-Rubio

O alerta foi dado pelas 03h20. Os bombeiros da Ajuda, também com morada na Praça da Alegria, reagiram de imediato ao fumo que era visível no telhado do edifício e que se propagou aos andares inferiores, sem que afectasse os prédios contíguos. Cerca de duas horas depois era dado como extinto, mas só pelas 09h00 os bombeiros deram por terminados os trabalhos.

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O alerta foi dado pelas 03h20. Os bombeiros da Ajuda, também com morada na Praça da Alegria, reagiram de imediato ao fumo que era visível no telhado do edifício e que se propagou aos andares inferiores, sem que afectasse os prédios contíguos. Cerca de duas horas depois era dado como extinto, mas só pelas 09h00 os bombeiros deram por terminados os trabalhos.

O rés-do-chão, onde funciona o restaurante “Púcaro” e a Tertúlia Festa Brava, e a cave, onde está o Hot Clube, escaparam às chamas mas não à água utilizada pelos bombeiros para tentar salvar o edifício, propriedade da Câmara de Lisboa, que perdeu o telhado.

Ao início da tarde, o balanço dos estragos não era positivo. Os fiscais da protecção civil e dos serviços municipais recusaram adiantar conclusões sobre as condições de segurança do edifício, remetendo mais informações para o relatório que se espera que fique terminado no início da próxima semana. Mas para o presidente da Junta de Freguesia de S. José, Vasco Morgado Jr., que acompanhou a vistoria, “as coisas não são abonatórias” e tudo aponta para o encerramento do edifício. A partir de aí, “nada se sabe ao certo, mas a realização de obras é quase certa”.

O estado de degradação do prédio era há muito conhecido, sublinhou o autarca, sublinhando que a Câmara de Lisboa “sabia o que se passava”. Com os danos adicionais provocados pela água usada no combate ao incêndio, que deixou os três espaços inundados e sem condições de funcionamento

E agora?

À porta do Hot Clube, a presidente daquele que é um dos mais antigos clubes de jazz do mundo não escondia a preocupação sobre o qual será o futuro do espaço. Inês Homem Cunha, há seis meses no cargo, confirmou que houve contactos recentes com a Câmara de Lisboa para recuperar todo o edifício, mas nada estava decidido. “A ideia era instaurar uma casa de jazz. Um sítio que passasse a ser o centro de jazz do país, com um espaço museológico e concertos”, adiantou.

Enquanto eram retirados amplificadores, contrabaixo, bateria e se tentava a todo o custo resgatar o piano que há vários anos faz parte da mobília do Hot Clube, com a ajuda de músicos e “amigos” do espaço, Inês Homem Cunha reafirmava que este não é um fim anunciado. “Queremos manter a actividade e cumprir a programação, mas tudo passa agora por uma solução alternativa”. Para já, a programação foi cancelada para esta semana, não havendo planos sobre a agenda confirmada até ao Verão.

Esta tarde, durante a Assembleia Municipal da Câmara de Lisboa, o presidente da Junta de Freguesia de S. José vai propor que a morada alternativa para o Hot Clube passe a ser a Sala Café Concerto do Cinema São Jorge, na Avenida da Liberdade, uma proposta que já recebeu o apoio da direcção do Hot Clube.