Red Bull Air Race justifica mudança para o Tejo com “limitações naturais” no Douro

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Isaltino Morais e António Costa garantem não querer abrir "guerra" a outras cidades Pedro Cunha

A zona ribeirinha de Lisboa, adiantou o responsável da Red Bull Air Race GmbH, “tem para oferecer uma área completamente diferente para a corrida, com um espaço amplo no estuário do Tejo, o que permitirá desenhar e proporcionar aos pilotos um traçado extremamente exigente”.

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A zona ribeirinha de Lisboa, adiantou o responsável da Red Bull Air Race GmbH, “tem para oferecer uma área completamente diferente para a corrida, com um espaço amplo no estuário do Tejo, o que permitirá desenhar e proporcionar aos pilotos um traçado extremamente exigente”.

É neste contexto que a organização da prova entende que, na perspectiva do campeonato aéreo programado para 2010, as cidades do Porto e de Gaia apresentam “limitações naturais que não se ajustam aos moldes deste desporto”. Isto porque a organização tem procurado desenvolver, com a Federação Aeronáutica Internacional, os percursos de acordo com as capacidades dos pilotos e a evolução técnica dos aviões. Ou seja, no Douro o percurso implicava manobras em altura, enquanto no Tejo será também possível realizar acrobacias na horizontal.

Nesse sentido, Bernd Loidl esquivou-se a admitir se os aviões Edge 540 voltarão a rasgar, com velocidades superiores a 370 quilómetros por hora, o céu sobre o Douro, preferindo ver como corre a prova no estuário do Tejo. E avisa que a empresa “tem sido contactada por muitas cidades interessadas em receber a corrida”.

Seis empresas consultadas

O primeiro fim-de-semana de Setembro vai receber a derradeira prova do Red Bull Air Race. Durante sexta-feira, sábado e domingo uma dezena e meia de pilotos vão fazer acrobacias num percurso balizado por pilaretes insufláveis com 20 metros de altura, entre a Ponte 25 de Abril e a Torre de Belém. De acordo com o contrato assinado com a Associação de Turismo de Lisboa, serão criadas zonas de observação para no mínimo 100 mil espectadores e criada uma pista com hangares no terrapleno de Algés, para a logística e a aterragem e descolagem de aeronaves.


Vitor Costa, director-geral do Turismo de Lisboa, reafirmou que partiu da empresa o interesse em realizar a prova no Tejo e que os 3,5 milhões de euros a pagar à organização se justificam pelo impacte no sector hoteleiro e projecção da imagem turística da região. A título de exemplo, referiu que só as quatro centenas de pessoas envolvidas na prova representam dois milhões de euros para a hotelaria.

O Turismo de Lisboa lançou um concurso junto de seis empresas de marketing e eventos – Realizar, Ativism, Omnicom Media Group, PA Leading, Euro RSCG e João Lagos Sports – para até 18 de Janeiro apresentarem propostas de patrocínios que totalizem no mínimo 2,5 milhões de euros. Ao montante das empresas devem juntar-se 500 mil euros do Turismo de Portugal, verba idêntica ao apoio atribuído à ultima edição da prova no Porto e em Gaia.

Na apresentação da prova, no Turismo de Lisboa, Isaltino Morais mostrou-se confiante na mais-valia do evento para a Área Metropolitana de Lisboa, mas notou que “a participação da Câmara de Oeiras não se faz contra ninguém”. O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, também frisou que a corrida não deve dividir o país e voltou a reafirmar a disposição para que a prova se realize “sequencialmente ou alternadamente” no Tejo e noutras cidades portuguesas.