Autoridades algarvias sem pedidos de socorro mas com dezenas de telefonemas

Muitas pessoas recearam réplicas do sismo e foram para a rua, de acordo com relatos recolhidos pela Lusa.

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Muitas pessoas recearam réplicas do sismo e foram para a rua, de acordo com relatos recolhidos pela Lusa.

Um sismo de magnitude 6.0 na escala de Richter e cujo epicentro se localizou a cerca de 100 quilómetros a Oeste-Sudoeste do Cabo S.Vicente foi sentido em todo o território do Continente e teve intensidade máxima, V na escala de Mercalli modificada, na região de Lagos e Portimão, segundo o Instituto de Meteorologia.

No Comando Distrital de Operação de Socorros (CDOS) de Faro foram registadas várias chamadas telefónicas de pessoas receosas com o sismo, mas ninguém pediu ajuda ou socorro.

“Não fomos chamados para nenhuma ocorrência. Dezenas de pessoas ligaram para o CDOS para saber informações do sismo, mas ninguém pediu ajuda”, disse à Lusa o funcionário de piquete no CDOS esta manhã.

A Lusa contactou o Hotel da Baleeira em Sagres, o mais Oeste de Portugal Continental e, segundo a recepcionista Maria João Marcelo, o sismo foi sentido naquela unidade hoteleira e alguns clientes saíram dos quartos de pijama para saber informações.

“Durante a noite sentiram-se algumas portas dos quartos a abrir e a fechar-se e hóspedes a pedirem informações, mas não se registou nenhum acidente ou dano material”, garantiu a funcionária do Hotel, confirmando que muitas pessoas foram para a rua de pijama comentar o sucedido.

O comandante da Zona Marítima do Sul, Marques Ferreira disse à Lusa que na área de jurisdição da Polícia Marítima não há relato de nenhum incidente em nenhum porto marítimo, nem com nenhuma embarcação.

O responsável pela GNR no Algarve também adiantou à Lusa que não registou pedidos de socorro.

“Não houve danos nem humanos, nem materiais mesmo com um sismo desta intensidade e magnitude”, afirmou Vítor Calado, major da GNR.

Moradores em Faro contactados pela Lusa relataram que sentiram o sismo, que chegaram a recear réplicas e que viram muitas pessoas nas ruas de pijama a comentarem o incidente.

“Foi o maior tremor de terra da minha vida. Estava a dormir e dei um salto quando senti o sismo e foi horrível, tive medo que houvesse réplica”, recordou Marta Filipa, moradora na avenida principal da capital algarvia.