Splendor In The Grass

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Entretanto foram abrindo o espectro até se tornarem num show de variedades, que terá ganho em popularidade o que perdeu em rigor e bom gosto. Daí "Splendor In The Grass", o quarto álbum, que pretende recuperar a consistência e o sentido de propósito dos inícios. Tratando-se de quem se trata, esta declaração de intenções acaba por se relativizar, num álbum que começa com uma canção ligeira italiana e acaba com a versão sinfónica de um hino de amor a Nova Iorque, composto por Moondog, lendário homeless cego da Grande Maçã. Pelo meio há a participação de Chavela Vargas, cantando aos 90 anos com uma lentidão trémula e quase obscena, mais os cocktails surpresa do costume: números de tango e coros de barbearia, cha-cha-cha misturado com chanson parisiense, uma canção italiana rematada por sitar de um filme com Peter Sellers. Há, no entanto, um novo paladar no catálogo de delícias retro dos Pink Martini, que acaba por ser o estilo dominante deste quarto álbum: as baladas à moda pop pastilha elástica dos anos 70, muito femininas e melosas, formatadas segundo o figurino singelo dos Carpenters e revistas de acordo com a veia eclética de Lauderdale. Dos Carpenters é assim retomado o clássico (de gosto duvidoso) "Love", numa versão onde a voz carinhosa de China Forbes contracena com o vozeirão épico de Emílio Delgado da "Rua Sésamo". Mas é também a herança dos Carpenters que subjaz à canção-título "Splendor In The Grass", onde a voz de China volta a embalar o ouvinte até despertar com uma insólita (mas brilhante) citação de Tchaikovsky. Claro que os Pink Martini já não são a caixa de surpresas dos inícios, mas estão também a envelhecer em estilo.

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Entretanto foram abrindo o espectro até se tornarem num show de variedades, que terá ganho em popularidade o que perdeu em rigor e bom gosto. Daí "Splendor In The Grass", o quarto álbum, que pretende recuperar a consistência e o sentido de propósito dos inícios. Tratando-se de quem se trata, esta declaração de intenções acaba por se relativizar, num álbum que começa com uma canção ligeira italiana e acaba com a versão sinfónica de um hino de amor a Nova Iorque, composto por Moondog, lendário homeless cego da Grande Maçã. Pelo meio há a participação de Chavela Vargas, cantando aos 90 anos com uma lentidão trémula e quase obscena, mais os cocktails surpresa do costume: números de tango e coros de barbearia, cha-cha-cha misturado com chanson parisiense, uma canção italiana rematada por sitar de um filme com Peter Sellers. Há, no entanto, um novo paladar no catálogo de delícias retro dos Pink Martini, que acaba por ser o estilo dominante deste quarto álbum: as baladas à moda pop pastilha elástica dos anos 70, muito femininas e melosas, formatadas segundo o figurino singelo dos Carpenters e revistas de acordo com a veia eclética de Lauderdale. Dos Carpenters é assim retomado o clássico (de gosto duvidoso) "Love", numa versão onde a voz carinhosa de China Forbes contracena com o vozeirão épico de Emílio Delgado da "Rua Sésamo". Mas é também a herança dos Carpenters que subjaz à canção-título "Splendor In The Grass", onde a voz de China volta a embalar o ouvinte até despertar com uma insólita (mas brilhante) citação de Tchaikovsky. Claro que os Pink Martini já não são a caixa de surpresas dos inícios, mas estão também a envelhecer em estilo.