Brown diz que novo ensaio de míssil iraniano “pede” novas sanções contra Teerão
“Esta é uma questão que causa inquietação a toda a comunidade internacional e [o teste] pede mesmo um novo avanço rumo à adopção de novas sanções. Vamos tratar disso como é claramente necessário”, avançou em comunicado divulgado por Downing Street, logo após a reunião que Brown teve de manhã em Copenhaga com o secretário-geral das Nações Unidas e onde o assunto do novo ensaio do Irão foi abordado.
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“Esta é uma questão que causa inquietação a toda a comunidade internacional e [o teste] pede mesmo um novo avanço rumo à adopção de novas sanções. Vamos tratar disso como é claramente necessário”, avançou em comunicado divulgado por Downing Street, logo após a reunião que Brown teve de manhã em Copenhaga com o secretário-geral das Nações Unidas e onde o assunto do novo ensaio do Irão foi abordado.
A televisão estatal iraniana anunciara poucas horas antes que fora testado “com sucesso” uma nova versão aperfeiçoada do Sajil – denominado Sajil-2 –, um míssil a duas fases e combustível sólido com alcance até dois mil quilómetros de distância, o que coloca na zona de alvos tanto Israel como as bases norte-americanas no Golfo. A par desta arma, o regime de Teerão dispõe ainda de um outro míssil de médio alcance, o Shahab-3, derivado do norte-coreano Nodong-1 que pode atingir um alvo até 1.800 quilómetros.
Vários analistas sublinham que esta não será a primeira vez que o Sajil-2 é testado, avaliando que o anúncio de Teerão visa provocar o Ocidente, numa altura em que todo o processo de negociações sobre o polémico dossier nuclear iraniano está num impasse devido ao que, em muitas capitais ocidentais, é interpretado como uma estratégia de “ganho de tempo” por parte do Irão.
A revelação da realização do novo teste de míssil surge, de resto, ao mesmo tempo que as autoridades iranianas apertam o cerco à oposição interna. Hoje mesmo o chefe do sistema judiciário, Sadeq Larijani, anunciou que as autoridades têm “provas suficientes” de que os líderes da oposição reformista estão envolvidos “numa conspiração contra o regime”, tendo fomentado directamente o clima de tensão política – e protestos nas ruas que recorrentemente ficam marcados por conflitos entre os manifestantes e a polícia – que se vive no país desde a recondução ao poder, em Junho, do Presidente ultra conservador Mahmoud Ahmadinejad.
Este aviso está a ser lido pelos analistas como uma indicação que os principais líderes da oposição podem vir a ser detidos e – juntando todos os ingredientes – que o anúncio do ensaio bem-sucedido do Sajil-2 visará tentar distrair as atenções dessas eventuais detenções.
As autoridades revelaram ainda que vão organizar já esta sexta-feira manifestações nas principais cidades do país de condenação ao que descrevem como um “insulto” feito à memória do fundador da República Islâmica, ayatollah Ruhollah Khomeini, quando alegadamente activistas pró-reformistas rasgaram e espezinharam uma fotografia do histórico líder revolucionário durante as manifestações contra o regime de Teerão da semana passada, no Dia Nacional do Estudante. “Várias pessoas”, de acordo com as autoridades, foram detidas pela suposta “dessacralização” da imagem de Khomeini.