Juiz diz que acusação será muito difícil de provar
Em declarações à agência Lusa, o juiz Eurico Reis ressalvou que as conclusões do Ministério Público - que acusou um farmacêutico e uma técnica de farmácia e diagnóstico de seis crimes de ofensa à integridade física grave no caso da cegueira de seis doentes - não afectam as conclusões da comissão a que preside e que deverão ser conhecidas em Março.
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Em declarações à agência Lusa, o juiz Eurico Reis ressalvou que as conclusões do Ministério Público - que acusou um farmacêutico e uma técnica de farmácia e diagnóstico de seis crimes de ofensa à integridade física grave no caso da cegueira de seis doentes - não afectam as conclusões da comissão a que preside e que deverão ser conhecidas em Março.
Esta comissão, adiantou, está a avaliar os eventuais danos e respectivo ressarcimento dos seis doentes que, em Julho, ficaram cegos na sequência de uma intervenção oftalmológica.
Sobre a acusação do Ministério Público, Eurico Reis explicou que, “tendo em conta a situação dos doentes, é óbvio que o crime é esse: dolo eventual”.
“Considerando os tipos de crimes que estão no catálogo do código penal, nunca houve dúvidas”, disse.
Eurico Reis considera, contudo, que “agora é preciso saber se existem provas para condenar as pessoas pelas acusações”.
“Não é fácil encontrar provas que sustentem esta acusação”, frisou.
O Ministério Público acusou um farmacêutico e uma técnica de farmácia e diagnóstico de seis crimes de ofensa à integridade física grave, no caso da cegueira de seis doentes no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, verificada a 17 Julho, foi hoje revelado.
Segundo a procuradoria-geral distrital de Lisboa, foi deduzida acusação contra dois arguidos, um deles farmacêutico, a outra técnica de farmácia e de diagnóstico, pela prática como autores, na forma de dolo eventual e em concurso real, de seis crimes de ofensa à integridade física grave.