Face Oculta: defesa de Armando Vara requer levantamento do segredo de Justiça
Em declarações à agência Lusa, Tiago Rodrigues Bastos esclareceu que este pedido não inclui as conversas entre Armando Vara e o primeiro-ministro, José Sócrates, alegando que “não são matéria deste processo”.
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Em declarações à agência Lusa, Tiago Rodrigues Bastos esclareceu que este pedido não inclui as conversas entre Armando Vara e o primeiro-ministro, José Sócrates, alegando que “não são matéria deste processo”.
“Essas conversas indiciavam um crime e serviriam para abrir um outro processo”, esclareceu o advogado, acrescentando, por outro lado: “Não posso abrir algo que supostamente está destruído”.
Tiago Rodrigues Bastos diz que o auto-suspenso vice-presidente do Millenium/BCP “gostava de poder falar publicamente sobre o processo para esclarecer todos os factos e acabar com a especulação”.
O advogado reconhece que, agora, “as coisas estão mais calmas” mas frisa que, durante muito tempo, “saíram notícias sobre o que o processo contém e não contém e algumas coisas não são verdadeiras”.
“O segredo de justiça visa proteger os direitos dos arguidos e os interesses da investigação e, no caso dos direitos dos arguidos, o meu constituinte o que diz é que não quer que se feche o processo”, adiantou.
O causídico adiantou ainda que há duas questões que podem levar o Ministério Público e o juiz de instrução do processo a rejeitar este pedido: “Se entenderem que os interesses da investigação não permitem abrir o processo, ou se a divulgação dos factos não for possível de ser feita sem envolver os factos de outros arguidos que não queiram ver o processo aberto”.
O advogado do ex-ministro socialista adiantou ainda que a verificação das contas bancárias do seu cliente não consta do requerimento.
Ainda segundo Tiago Rodrigues Bastos, a defesa está a trabalhar no recurso das medidas de coacção decretadas a Armando Vara, sendo que o prazo para apresentar o documento termina a 22 de Dezembro.
Armando Vara saiu a 02 de Dezembro do Juízo de Instrução Criminal de Aveiro, indiciado por um tráfico de influência, sujeito ao pagamento de uma caução de 25 mil euros e proibido de contactar com vários outros arguidos no processo.
Os arguidos com quem Vara fica impedido de falar são João Godinho, Maribel Rodrigues, Manuel Godinho, Namércio Cunha e Hugo Godinho.
O processo Face Oculta, com 18 arguidos, investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas.