Comissão Europeia quer baixar o volume aos leitores de mp3

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A Comissão Europeia quer que todos os aparelhos - independentemente da marca e do modelo - vendidos na União Europeia passem a ter os mesmos limites de volume Reuteus

A Comissão Europeia quer que todos os aparelhos - independentemente da marca e do modelo - vendidos na União Europeia passem a ter os mesmos limites de volume. De acordo com a BBC, que avançou com esta notícia, 85 decibéis seria o limite máximo sugerido pelos peritos, com a possibilidade de os utilizadores poderem ainda aumentar o volume para 100 decibéis, à sua conta e risco. Depois dos 100, nada.

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A Comissão Europeia quer que todos os aparelhos - independentemente da marca e do modelo - vendidos na União Europeia passem a ter os mesmos limites de volume. De acordo com a BBC, que avançou com esta notícia, 85 decibéis seria o limite máximo sugerido pelos peritos, com a possibilidade de os utilizadores poderem ainda aumentar o volume para 100 decibéis, à sua conta e risco. Depois dos 100, nada.

A partir de Janeiro começarão a ser debatidas propostas concretas para uma uniformização dos limites, depois de consultados organismos europeus especializados, e na Primavera deverá ser conhecida uma proposta final.

Foi divulgado recentemente um relatório que alertava para a possibilidade de dez milhões de pessoas no seio da UE poderem enfrentar perdas permanentes de audição por ouvirem música no volume máximo durante longos períodos de tempo.

Apesar de as pessoas estarem informadas acerca do problema, e de os fabricantes dos aparelhos estarem obrigados a avisar os utilizadores dos riscos que correm nos folhetos que acompanham os produtos, a realidade é que muitas pessoas continuam a fazer um uso negligente dos seus leitores de mp3. Quem os utiliza tem a tendência para aumentar o volume até que a música se sobreponha ao barulho ambiente. E isto é particularmente grave para as pessoas que usam os aparelhos na cidade, quando andam por avenidas movimentadas, no trânsito e nos transportes públicos.

Outra particularidade que agrava o problema é o facto de os modernos leitores de mp3 terem grande autonomia e capacidade, o que significa que os utilizadores podem estar várias horas com os auscultadores enfiados nos ouvidos sem precisarem de os retirar.

Contactado pela BBC, Robin Yeoh, um especialista em audição, indicou que cada vez mais jovens chegam até si com a sensação de terem campainhas a tilintar dentro dos ouvidos e com perdas auditivas irreversíveis e permanentes devido ao uso de leitores de mp3 no volume máximo. “Este é o tipo de danos que antigamente acontecia em ambientes industriais (...) Os danos são permanentes e poderão comprometer as suas oportunidades de arranjar trabalho e as suas vidas pessoais”.

A DigitalEurope, a associação europeia que defende a indústria das tecnologias de informação e tecnologia, concorda com uma melhoria das normas de segurança mas o seu porta-voz, Tony Graziano, indicou à BBC que “a solução reside num equilíbrio entre a segurança e a fruição do produto pelo consumidor”. “Oitenta e cinco decibéis não seria apropriado por causa do barulho do trânsito, das máquinas; isso iria obliterar o som”, disse.

Como em muitas outras coisas, aquilo que alguns parlamentares europeus e especialistas recomendam é que os utilizadores sejam educados e informados acerca dos seus riscos antes de tomarem uma decisão responsável.