Blair fortemente criticado pelas suas declarações sobre a invasão do Iraque
A algumas semanas do seu depoimento na comissão oficial que está a debater o alinhamento de Londres com os Estados Unidos na invasão do Iraque, em 2003, Blair está a ser acusado de ter enganado o Parlamento e de ter arranjado argumentos que servissem o fim em causa.
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A algumas semanas do seu depoimento na comissão oficial que está a debater o alinhamento de Londres com os Estados Unidos na invasão do Iraque, em 2003, Blair está a ser acusado de ter enganado o Parlamento e de ter arranjado argumentos que servissem o fim em causa.
O sueco Hans Blix, chefe da missão de inspectores das Nações Unidas que procurou apurar se existiam no Iraque armas químicas e biológicas de destruição em massa, comentou ontem que “tudo isto tem um pouco o ar de folha de parra”, porque se não tivessem recorrido ao argumento das armas “procurariam outro”.
O "Sunday Telegraph" considerou que “a confissão” de Blair vai alterar o curso do inquérito dirigido por John Chilcot, perante o qual o ex-primeiro-ministro falará parte do tempo à porta fechada.
A coligação Stop the War exigiu que Blair seja processado “se reiterar a confissão de crimes de guerra”; e o professor de Direito Internacional Philippe Sands disse ao "Sunday Herald" que ele poderá expor-se a “dificuldades judiciais”.
O italiano Giovanni di Stefano, que foi advogado de Saddam, dirigiu ao procurador-geral, Lord Goldsmith, um pedido de autorização para processar o antigo primeiro-ministro.
Blair “infringiu a Convenção de Genebra de 1957”, ao levar o país para uma guerra “não justificada por uma necessidade militar e conduzida de forma ilegal e gratuita”, disse Di Stefano.
O chefe da oposição conservadora britânica, David Cameron, afirmou-se “bastante surpreendido” com a revelação de que se teria recorrido a outros argumentos se o das armas não se mostrasse convincente.