CDS quer substituição de Lopes da Mota, PCP e BE preferem esperar e clarificar

O deputado do CDS-PP Filipe Lobo d'Ávila defendeu que o Governo deve substituir o procurador Lopes da Mota na presidência do Eurojust, caso se confirme a suspensão de funções, uma “sanção muito grave”.

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O deputado do CDS-PP Filipe Lobo d'Ávila defendeu que o Governo deve substituir o procurador Lopes da Mota na presidência do Eurojust, caso se confirme a suspensão de funções, uma “sanção muito grave”.

“Segundo foi noticiado, o relatório final propõe uma das sanções mais graves que é a suspensão de funções. A confirmar-se que esta sanção será efectiva, entendemos que não restará outra alternativa ao senhor ministro da Justiça que não seja iniciar os procedimentos para substituir Lopes da Mota no Eurojust”, defendeu o deputado.

O CDS-PP defende que ao Governo “não resta outro caminho” mesmo que, juridicamente, a suspensão efectiva não implique a substituição imediata.

Já o PCP exigiu hoje ao Governo que clarifique se mantém a confiança no procurador Lopes da Mota na presidência do Eurojust, a confirmar-se a suspensão de funções proposta no relatório do conselho superior do Ministério Público.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado António Filipe considerou que a “gravidade da sanção proposta confirma a gravidade das pressões exercidas sobre procuradores do ministério público que exerciam funções no caso Freeport”.

António Filipe frisou que o anterior ministro da Justiça, Alberto Costa, e o anterior Governo, revelaram depositar confiança em Lopes da Mota “ao não tomar qualquer atitude relativamente à permanência” do procurador na presidência do Eurojust.

“Perante esta notícia, o ministro da Justiça não pode continuar a manter essa confiança e impõe-se que haja de facto uma tomada de posição por parte do Governo relativamente à manutenção em funções do procurador Lopes da Mota como representante de Portugal no Eurojust”, defendeu.

Por fim, a deputada do BE Helena Pinto considerou que é preciso esperar pela conclusão do processo disciplinar instaurado ao procurador Lopes da Mota e só depois devem ser tiradas conclusões sobre se houve pressões sobre magistrados.

“Em relação ao caso concreto, nós queremos esperar que este processo chegue ao fim, que seja esclarecido como em qualquer processo judicial e sejam condenados os culpados e inocentados quem não tem nada a ver”, afirmou a deputada.

Helena Pinto frisou que o BE condena “qualquer tipo de pressões” assim como “qualquer jogo de sombras” mas frisou que o processo relativo ao presidente do Eurojust não chegou ainda ao fim e que até lá não se podem tirar conclusões políticas.