BE vota contra orçamento rectificativo proposto pelo Governo

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O BE considera que a alteração proposta não irá servir para o Governo “honrar os seus compromissos" Miguel Madeira

Falando aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, considerou que a alteração ao Orçamento de Estado para 2009 é a confirmação “de um endividamento líquido a aumentar muitíssimo, em valores que são astronómicos” e que não irá servir para o Governo socialista “honrar os seus compromissos “.

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Falando aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, considerou que a alteração ao Orçamento de Estado para 2009 é a confirmação “de um endividamento líquido a aumentar muitíssimo, em valores que são astronómicos” e que não irá servir para o Governo socialista “honrar os seus compromissos “.

“Nada deste endividamento acrescido serve para pagar salários, pensões ou para honrar esse tipo de compromissos com os cidadãos, logo, da nossa parte não pode haver senão um voto crítico e esse voto é um voto negativo”, declarou Pureza. “É um voto contra”, vincou.

A proposta do Governo de segunda alteração ao Orçamento do Estado para 2009 vai ser votada no Parlamento amanhã. Numa declaração ao PÚBLICO, Paulo Portas antecipou que o CDS-PP vai abster-se na votação por considerar que "a abstenção é a atitude que melhor serve o interesse nacional", tendo em conta que está em causa "despesa já comprometida" e a necessidade de "pagar compromissos".

O PS tem actualmente 97 dos 230 deputados no Parlamento. Com a abstenção do CDS-PP, que tem 21 deputados, a alteração ao orçamento só será aprovada se, pelo menos, mais 16 deputados da oposição se abstiverem. Ou seja, a proposta poderia ser viabilizada com a abstenção do BE (16 deputados), mas que anuncia agora que irá manifestar-se contra, ou do PSD, que tem 81 deputados. A CDU (PCP e PEV) soma 15 deputados.

O PSD ainda não antecipou o seu sentido de voto, mas sociais-democratas disseram à agência Lusa que a abstenção é o cenário mais provável. Ontem, a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, limitou-se a afirmar que “está refém” de um “facto consumado”, que é a política económica governamental. Pouco depois, o líder parlamentar social-democrata, José Pedro Aguiar-Branco acrescentou que o partido votará com “sentido de responsabilidade”.